Coluna do Estadão
27 de junho de 2020 | 21h25
Está próximo o consenso da Câmara em torno do adiamento das eleições municipais por causa da pandemia. Os últimos focos de resistência à PEC aprovada no Senado, que agora precisa ser referendada pelos deputados federais, estavam no PL, de Valdemar Costa Neto, e em partidos nanicos, como o PTC. Mas a pressão interna e externa, principalmente do STF, enquadrou a turma do Centrão. A expectativa dos líderes é de bater logo o martelo nas datas (primeiro turno em 15 novembro próximo e o segundo no dia 29 do mesmo mês).
Governadores querem participação de Pazuello
Se liga. O STF e Rodrigo Maia apertaram o Centrão sob argumento de que eles iriam instalar o caos eleitoral num país colapsado.
Sem riscos. Defensores no Congresso do adiamento das eleições municipais acreditam que, se o Centrão não se contentar com a compensação a ser recebida (recursos para prefeitos), o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, deve tomar medida para garantir a realização do pleito em novembro ou dezembro.
Sem fronteiras. O Direitos Já prepara novo ato virtual em defesa da democracia e do meio ambiente no dia 15 de setembro. A meta é internacionalizar o movimento, com a participação de “estrelas” estrangeiras.
Pedágio. O ato suprapartidário de sexta-feira (26/6) foi considerado “sucesso”. Porém, causou mal-estar (entre democratas que respeitam decisões da Justiça) a fala de Fernando Haddad defendendo Lula. Todos entenderam como um agrado desnecessário do ex-prefeito ao chefe.
CLICK. A primeira dedicatória do recém-lançado livro de Tabata Amaral (SP) sobre sua trajetória da periferia à Câmara foi para a mãe, Maria: “Fonte de inspiração”.
Na veia. A bancada do PSB na Câmara apresentou requerimentos de informação sobre a “fuga” de Abraham Weintraub. Quer saber se ele foi em missão oficial, qual passaporte usou para sair do País, se foi em avião da FAB e se solicitou ao Planalto autorização para a viagem aos Estados Unidos.
Futuro. Para quem ainda não entendeu as recentes pesquisas: o caso Queiroz é antigo e só deverá abalar a popularidade de Bolsonaro se surgirem as delações.
Xi. O bolão de apostas no Congresso: até quando Jair Bolsonaro sustentará o personagem do “santinho”?
SINAIS PARTICULARES.
Jair Bolsonaro, presidente da República
Filme… Não está nada fácil a vida do segmento cultural no Brasil da pandemia, alvo constante do bolsonarismo: 42% dos que de alguma forma tiram seu sustento do setor tiveram receita afetada na totalidade. Desses, 57% são organizações e 35%, pessoas físicas.
…de terror. Dentre os que viram sua renda despencar durante a crise, os que trabalham com música foram os mais afetados (24%), seguido do pessoal de teatro (9%), da dança (4%) e dos realizadores de feiras e festivais (3%).
Quem… Os números estão na pesquisa “Percepção dos Impactos da Covid-19 nos Setores Culturais e Criativos do Brasil”, parceria entre Unesco, FFLCH-USP e secretarias e fundações de 11 Estados do País.
… faz. A pesquisa foi lançada online no dia 10 e os números, apesar de impactantes, ainda são preliminares: vai até 16 de julho.
PRONTO, FALEI!
Fernando Guimarães, sociólogo e coordenador do Direitos Já: “A construção de uma frente ampla pela democracia não é uma tarefa dos partidos políticos para a sociedade, é dos partidos com a sociedade.”
COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG E MARIANNA HOLANDA
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