Como as conversas com o Ministério da Saúde têm surtido pouco efeito, governos estaduais deram um passo adiante e já discutem ações para contestar judicialmente a distribuição das vacinas contra a covid-19 no País. Apesar de destacarem a expectativa de que a situação possa se resolver com medidas administrativas e na base do diálogo, ninguém mais está de braços cruzados.
Helder Barbalho (MDB) já pediu à Procuradoria do Pará para deixar pronta uma ação para tentar tirar o Estado da penúltima posição na lista de doses recebidas por habitante. Na Bahia, Rui Costa (PT) reclama do déficit de 900 mil doses. João Doria (PSDB-SP) voltou a falar em judicializar o caso das doses não entregues.
A tendência é que Estados questionem o não cumprimento da promessa de compensação gradual das doses, prevista em documento assinado por Marcelo Queiroga e presidentes dos conselhos de secretários estaduais e municipais de Saúde. É o que discutem procuradores estaduais.
Segundo o Pará, o número de imunizantes per capita recebidos é menor entre os Estados do Norte e do Nordeste. Nessas regiões, só Amazonas e Acre registram mais que 0,8 dose per capita desde o início da distribuição de vacinas, em janeiro.
"Não queremos nada a mais, mas não aceitamos a menos", diz Barbalho. "Vários Estados prejudicados estão estudando (judicializar)", afirma Wellington Dias (PT), governador do Piauí. "Esperamos não ter que judicializar", diz Tereza Paim, secretária da Saúde da Bahia.
A pasta reiterou à Coluna que haverá compensação sem prejuízo aos Estados e que vai priorizar o envio de doses considerando a população que ainda não foi vacinada. Leia a nota do Ministério da Saúde na íntegra:
"O Ministério da Saúde informa que haverá uma compensação gradual dos quantitativos de vacinas enviados de modo complementar, de maneira que todos os estados deverão finalizar o processo de imunização sem que haja benefícios ou prejuízos a suas respectivas populações.
Cabe explicar que, com o envio de doses para 100% dos grupos prioritários e o início da distribuição para a população por faixa etária, a pasta atualizou a metodologia utilizada para a distribuição das vacinas Covid-19. A partir de agora, as doses serão enviadas levando em consideração a população que ainda não foi vacinada em cada unidade Federativa, por faixa etária decrescente até 18 anos. A decisão foi pactuada de forma tripartite, entre representantes da União, estados e municípios."
Quem é quem. O voto impresso amealhou mais votos no PSDB de Aécio Neves (MG) do que no PL de Marcelo Ramos (AM).
Assim não dá. O deputado estadual Heni Ozi Cukier (SP) abandonou o processo seletivo do Novo para concorrer ao Senado. Segundo ele, não há coesão partidária para o projeto seguir. Segundo apurou a Coluna, o posicionamento de parte da bancada federal do Novo pelo voto impresso pesou na decisão.
Adeus. Márcio França (PSB) e os ainda tucanos Floriano Pesaro e Geraldo Alckmin estiveram com FHC. Fizeram questão de comunicá-lo que Alckmin vai deixar o PSDB para a construção de uma candidatura ao governo.
Em defesa... Entidades de classe do Ministério Público se uniram para defender o princípio do "promotor natural" em meio à saraivada de críticas direcionadas a Augusto Aras.
...de Aras. "Não se pode permitir que, a pretexto de discordar de posturas de qualquer autoridade, sejam adotadas soluções que, sem base legal, vulnerem o princípio do promotor natural e refundem a figura do acusador ad hoc", dizem a ANPR, ANMP e Conamp.
Clima. As manifestações ocorrem em meio a quedas de braço de Aras com ministros do STF nos casos envolvendo Bolsonaro.
Veja o documento "Nota em defesa do Princípio do Promotor Natural"
Óleo. É melhor Braga Netto (Defesa) se ocupar mais da conservação dos nossos blindados e menos da política.
PRONTO, FALEI!
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul (PSDB)
"De manhã desfilaram os tanques. De noite desfilou a democracia. Polêmica vazia do voto impresso encerrada. Agora que tal tratar de vacina, inflação, desemprego e Amazônia?"
COLABOROU PEDRO VENCESLAU