Coluna do Estadão
03 de agosto de 2017 | 05h30
O governo quer capitalizar a derrubada da denúncia contra Michel Temer para destravar a reforma da Previdência. Aliados do presidente acham que a votação mostrou que a base pode ser reorganizada e dobrar a resistência que a reforma enfrenta. Mas o otimismo do Planalto diverge da realidade no Congresso. Aliados acham que a reforma pode renascer se for restrita à questão da idade mínima. “Se o governo limitar a proposta a isso, fica mais confortável para votarmos. Do contrário, acho difícil”, avalia o deputado Daniel Vilela (PMDB-GO).
Eu estou me demitindo… Apesar da vitória no Congresso, Michel Temer deve sofrer baixas entre os aliados. Roberto Justus deve deixar o Conselho Econômico que assessora o governo.
De saída. Em meio à acalorada votação da denúncia de Temer, Alexandre Baldy (GO) foi destituído da liderança do Podemos e deve deixar a legenda.
Não sabe brincar… Presidente do partido, Renata Abreu (SP) se irritou por Baldy ter orientado a bancada a votar a favor de Temer. Ela votou pela admissibilidade da investigação.
É minha. O PP quer a cadeira de Raimundo Sobreira na Superintendência do Departamento Nacional de Pesquisas Minerais (DNPM) na Bahia. Ele é indicado de Jutahy Júnior, que votou contra Temer.
Ajuda indireta. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, nomeou o deputado Kaio Maniçoba (PMDB) como secretário de Habitação. Kaio votaria a favor da denúncia.
Nunca antes… Os governistas sabiam que a oposição não tinha interesse em aprovar a denúncia. Mas a ausência de manifestantes surpreendeu todos.
Feridas fecham. Informalmente, petistas acham que é bom deixar Temer sangrando até 2018. Um peemedebista lembrou que o PSDB quis fazer o mesmo com Lula, em 2005, com o mensalão. O petista se recuperou e acabou reeleito.
Deixa isso pra lá. Chamou também a atenção o fato de poucos petistas se referirem a Lula ou ao partido na hora de manifestar seu voto contra Temer.
CLICK. Tatuado e homenageado, Wladimir Costa e Michel Temer dividem o mesmo sofá, mostrando seu bom relacionamento.
Precificado. O Planalto se prepara para pagar a fatura da votação. Sabe que a segunda denúncia de Rodrigo Janot será mais encorpada e implicará Eduardo Cunha, Lúcio Funaro e Geddel Vieira Lima. Ou seja, precisa cumprir sua palavra se quiser novamente apoio da Câmara.
Lá vem. O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) vai debater amanhã os pontos da MP da reforma trabalhista com centrais sindicais, em São Paulo. Na pauta, a criação de um sistema de sustentação financeira para sindicatos.
No foco… Em reunião da Executiva, peemedebistas decidiram encaminhar novamente a expulsão dos senadores Kátia Abreu (TO) e Roberto Requião (PR) para o Conselho de Ética do PMDB. Aliados de Kátia acham que ela deixa o partido antes disso.
Casa nova. Se o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, não deixar o PMDB, a senadora Rose de Freitas sairá da legenda. Motivo: ela quer disputar o governo contra ele e já recebeu convite do PSDB.
PRONTO, FALEI!
“Blindar a Presidência das investigações só contribui para aumentar a descrença na política e para desmoralizar o Parlamento”, do DEPUTADO RICARDO TRIPOLI, LÍDER DO PSDB.
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