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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

PL é alvo de ação na Justiça por não repassar verba para candidatos negros e mulheres

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Por Julia Lindner
Atualização:

Candidatos no Paraná pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, acionaram a direção da sigla na Justiça cobrando o repasse de recursos do fundo eleitoral a que dizem ter direito. Eles alegam que, sendo mulheres e negros, deveriam receber valores equivalentes aos oferecidos a candidatos brancos, segundo regras estabelecidas pela legislação e por resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na peça, três mulheres e um homem negro que disputam vagas na Câmara dos Deputados dizem não ter recebido recursos da direção nacional da legenda até o momento.

Valdemar Costa Neto faz apelo por mais recursos para o PL. Foto: Reprodução

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Segundo dados do TSE, Daniela Suto recebeu R$ 20.000 do diretório estadual e Flávia do Umuarama News recebeu R$ 50.000. Nenhuma delas recebeu nada do diretório nacional. Já Helmtraut Baringer e Sammy Gomes não receberam nada.

Sammy Gomes, que se autodeclara negro, cita na mesma representação que outros três candidatos negros do PL no Paraná tampouco receberam dinheiro do fundo nacional.

Um deles é Capitão Marques, que recebeu R$ 24 mil do diretório estadual da sigla. Os outros são Claudio dos Santos e Gennaro Vela, que não receberam nada. O único candidato negro do Paraná que concorre à Câmara que recebeu recursos do partido até agora foi Itamar Paim (R$ 450 mil).

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Como comparação, os postulantes citaram as quantias destinadas até o momento para deputados federais com mandato - todos homens e brancos. Giacobo recebeu R$ 1 milhão da nacional e R$ 450 mil da estadual; Vermelho ganhou R$ 2 milhões da nacional, mesma quantia de Filipe Barros.

Na ação, os candidatos pedem R$ 1,6 milhão para as mulheres, equivalente aos 30% sobre os valores que os mesmos candidatos homens receberam; e R$ 450 mil a título de cota racial. Eles solicitam, ainda, que sejam bloqueados R$ 2 milhões da conta do diretório nacional do PL.

Procurada, a direção do partido ainda não se pronunciou.

Conforme mostrou a Coluna do Estadão, alguns dirigentes alegam não conseguir cumprir as cotas para repasse de dinheiro do fundo eleitoral para negros e mulheres e já estudam mudar as regras para o próximo pleito.

Seguindo recomendação do TSE, os repasse de verbas para candidatos das cotas deveria ter sido feito até a última terça (13) e o PL não cumpriu as metas estabelecidas.

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