Nos últimos quatro anos, o número de militares e policiais no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) aumentou em 38%, passando de 753 para 1.038.
O levantamento inclui membros das três Forças, policiais militares, civis, federais e rodoviários federais. Há apenas dois registros de agentes penitenciários. Contudo, membros do Exército, da Marinha e da Aeronáutica representam a maior parte: 988 dos 1.038, em fevereiro de 2021.
Desde o começo do governo Bolsonaro até fevereiro de 2021, o aumento foi de 21%, segundo dados obtidos por Lei de Acesso à Informação pelo gabinete do deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
"A militarização do GSI pode custar a integridade da própria democracia, sobretudo num governo que enxerga inimigos por todos os lados e não reconhece os limites institucionais do Estado Democrático de Direito", disse Valente.
O GSI, comandado pelo general Augusto Heleno, abriga a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Tem como missão, entre outras coisas, planejar e coordenar segurança de informação. A pasta se ocupa também da segurança pessoal do presidente e de sua família.
Questionado pela Coluna, o GSI atribui o aumento na militarização da pasta ao fato de o presidente ter mais filhos que o anterior e de o País também contar agora com um vice-presidente. A justificativa não explica, contudo, o aumento de 2019 para 2021.