O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, reagiu à declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de que os militares teriam chegado no "finalzinho da festa". O ministro, que conversou com Maia durante a elaboração da proposta da reforma da Previdência que deve ser apresentada hoje, estranhou a afirmação do parlamentar.
"Nos navios e submarinos; nas fronteiras, na Amazônia até os Pampas; e dentro de aeronaves e nos controladores cuidando do nosso espaço aéreo. Não temos tempo para estar no início e no final de festas", rebateu o ministro à Coluna.
Na tarde de terça-feira, Maia afirmou que, apesar da defasagem das remunerações dos militares, a situação fiscal do País deixa pouca margem para concessões à categoria. "O problema é que estamos no fim da festa. O Brasil quebrou e eles (os militares) estão querendo entrar nesta festa no finalzinho, quando já está amanhecendo, a música está acabando e não tem mais ninguém para dançar", afirmou nesta terça-feira, 19.
A declaração caiu muito mal nas Forças Armadas. Militares de alta patente estão preocupados com as mudanças que os deputados já ameaçam a fazer na proposta, com a retirada do período de transição para as novas regras.
Também causa tensão a possibilidade de separarem a tramitação da reestruturação da carreira da reforma da Previdência e a proibição de militares da reserva exercerem cargos no Executivo. (Juliana Braga)