Um dos acusados de ser o mandante da Chacina de Unaí, Norberto Mânica, vai confessar sua ligação ao crime nesta segunda-feira, 19, no julgamento de um recurso no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Será a primeira vez em 15 anos que ele admite participação.
Norberto Mânica foi condenado em 2015 a 100 anos de prisão pelas mortes dos auditores fiscais do Ministério do Trabalho Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves, e do motorista Aílton Pereira de Oliveira, no crime conhecido como a Chacina de Unaí. Eles investigavam denúncia de trabalho escravo na fazenda do réu.
Na análise do recurso nesta segunda-feira, Norberto Mânica apresentará sua confissão registrada em cartório. No documento, assume toda a responsabilidade pelo episódio e isenta o irmão, Antério Mânica, ex-prefeito de Unaí e também condenado a 100 anos pelo mesmo crime.
O objetivo da defesa no TRF-1 hoje é anular o júri e pedir a realização de um novo.
Seus advogados, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e Marcelo Turbay, argumentam que houve quebra da imparcialidade do júri por conta do descumprimento de algumas garantias processuais, tais como a proibição de se produzir imagens do julgamento.
Também apontam que Hugo Pimenta, réu colaborador do caso, entregou sete cartas à Procuradoria da República de Minas Gerais, mas somente uma foi anexada ao processo antes da condenação do réu, limitando "a plenitude da defesa". (Juliana Braga)
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