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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

'Maioria dos senadores vai decidir na véspera', diz líder do PT no Senado, Humberto Costa

Para senador, Lava Jato, cassação de Eduardo Cunha e a “ambição” de Temer em disputar 2018 vão virar votos para Dilma Rousseff

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Por Redação
Atualização:
 

Senador Humberto Costa, por Kleber Sales

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Faltando pouco tempo para a conclusão do impeachment, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), admite cansaço, mas diz que ainda conta com a Lava Jato, a cassação de Eduardo Cunha e a "ambição" de Temer em disputar 2018 para virar votos a favor de Dilma Rousseff. Terça-feira, o plenário votará a penúltima fase do processo. Para o petista, contudo, o resultado dessa votação não irá espelhar a decisão final, prevista para o final do mês. "Teremos tempo." Ao olhar para trás, culpa a oposição, a mídia, o MPF e o Judiciário pelo infortúnio.

Impeachment A votação significativa é aquela que ocorrerá no final do mês, quando vamos votar o afastamento. Em maio tivemos 22 votos. Só precisamos de mais 5 para garantir a continuidade da presidente Dilma. Estamos confiantes em que podemos conseguir esses votos.

Virar votos A maioria vai decidir na véspera. Varias coisas vão pesar: os movimentos de rua, que vão acontecer agora neste mês; as ações da Lava Jato, que podem atingir o governo; o processo de cassação de Cunha e o convencimento das pessoas de que a gestão Temer está destruindo várias coisas que foram conquistadas no social.

Fora Dilma Está claro para a população brasileira que, do ponto de vista constitucional, não há nada que justifique o afastamento da presidenta. O que estamos vivendo é uma tecnicalidade jurídica que quer tirar uma presidente eleita e substituir por alguém que não tem legitimidade.

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Temer 2018 Você imagina que alguém vai sentar-se à cadeira da Presidência da República não vai pensar em se tornar candidato a reeleição? Esse vai ser um dos pontos de permanentes de tensão desse governo com a sua base e vai fazer muitos senadores a repensar o voto no impeachment. Para quem demonstrou a ambição e ganância que Temer demonstrou, é um desejo natural continuar como presidente.

Aliança com PSDB Tudo que tem sido feito do ponto de vista do equilíbrio fiscal, para controlar a crise, vai totalmente de encontro àquilo que o PSDB vem pregando. Não é à toa que vemos integrantes do PSDB criticando o próprio Meirelles, não é o Temer ou gente da base dele, mas o próprio Meirelles pela forma irresponsável como o governo trata o ajuste fiscal.

Estilo Dilma Ela tem uma característica diferente do presidente Lula. Isso tem um peso. Mas está lutando pelo mandato. Eu a vejo sempre com otimismo, descrevendo conversas que teve, pessoas que ela acha que poderão estar conosco...

Fim do PT O PT precisa reafirmar a luta por uma cultura politica diferente no Brasil, assumir uma autocritica bastante profunda, mas acho que, diferentemente de outros partidos, que têm um desenho meramente cartorial, o PT tem grande condição de se reconstruir.

Rui Falcão Acho que o partido está precisando de uma condução mais coletiva. Não que o Rui não tenha querido dar essa condução mais coletiva, mas precisamos renovar nossas direções, requalificá-las, para que esse trabalho coletivo esteja à altura dos desafios que estamos conduzindo hoje.

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Sergio Moro A grande aliança que está derrubando o governo Dilma envolve a mídia oligopolizada, a oposição, uma parte do Ministério Público e do Judiciário.

Legitimidade da Lava Jato Foi um processo seletivo. Investigam-se os partidos que foram base dos governos de Dilma e Lula e não os partidos de oposição.

Lula em 2018 Temos que levar em conta que eles estão tentando consolidar a primeira parte do golpe, que é tirar a Dilma, e a segunda parte é inviabilizar a candidatura de Lula. Ele vai ser inocentado e será candidato.

PT na oposição Não será uma política como eles fizeram, de geração de pautas-bomba, mas será uma aliança de oposição muito dura.

Entrevista a Andreza Matais

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