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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Lira e Toffoli defendem política um dia após Bolsonaro ser chamado de 'tchuchuca do centrão'

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Por Mariana Carneiro
Atualização:

"Tão machucados são os partidos de centro...", afirmou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) a uma plateia de empresários em São Paulo. "Tenho muito orgulho quando me chamam de centrão, porque o centrão que eu faço parte não achincalha, não faz o toma lá dá cá". 

A fala ocorreu nesta sexta-feira, em um evento do Esfera Brasil, um dia após ter viralizado a reação de Jair Bolsonaro ao ser chamado de "tchuchuca do centrão" na porta do Palácio da Alvorada pelo youtuber Wilker Leão

O presidente Jair Bolsonaro tenta arrancar celular da mão de youtuber 

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Líder maior do centrão na Câmara, grupo que reúne políticos do PP, PL e Republicanos, mas conta com aliados em outras siglas de centro, Lira aproveitou o momento para fazer uma reflexão sobre a conjuntura política.

Antes dele, Dias Toffoli, do STF, havia criticado a Lava Jato sem citá-la pelo nome, dizendo que empresas foram criminalizadas e acabaram falindo, ferindo no conjunto a economia. É uma versão que ganhou adeptos tanto entre petistas quanto entre políticos profissionais, alguns deles alvo da operação liderada pelo ex-juiz Sergio Moro, hoje também convertido em político.

"Pelo centrão existir e eu sempre gosto de colocar todos os partidos de centro nesta alcunha, o Brasil talvez esteja em um caminho diferente do mundo, diferente da Argentina, daquela dicotomia, da irracionalidade, das radicalizações", disse Lira. 

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Toffoli foi na mesma linha: "Como se o centrão fosse algo pejorativo ou maléfico. Ainda bem que temos um centrão, que distensiona e transita entre os extremos e que não prega ódio nem desavenças", disse. 

A previsão do presidente da Câmara é que a eleição deste ano restabelecerá a ordem das coisas em Brasília, com os políticos tradicionais reassumindo o poder, ora entregue a iniciantes e outsiders, no que ele classificou de "renovação circunstancial do Congresso" - não parecia falar de Jair Bolsonaro

"A política vai voltar a definir os rumos", disse Lira. "Independentemente do presidente eleito, o Congresso estará ali no meio, em detrimento de qualquer coisa, com reformas que iniciaram em legislaturas anteriores, que perduraram nessa e que ficarão para a próxima".

Um indicativo de que, vença quem vença, o centrão seguirá onde está hoje, no miolo do poder.

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