O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou na manhã desta quarta-feira (10) que a operação não vai mudar o País por si só, mas que pode representar um ponto de apoio no combate à corrupção. Na avaliação do procurador, a Lava Jato trata de um "câncer", mas o sistema brasileiro é "cancerígeno", com condições que favorecem a proliferação de irregularidades.
"Apesar da Lava Jato não transformar o Pais, ela traz um momento muito propício. A Lava Jato pode ser um ponto de apoio, ela quebra o cinismo, o cinismo é o último golpe, o golpe mortal da corrupção. A Lava Jato nos faz acreditar que as instituições podem, sim, funcionar", disse o procurador, um dos palestrantes do evento "Democracia, Corrupção e Justiça: Diálogos para um País melhor", promovido por uma instituição de ensino superior, em Brasília.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, por sua vez, destacou que a "percepção social" em torno da corrupção aumentou no Brasil ao longo dos últimos anos. "O enfrentamento da corrupção produzirá uma mudança cultural muito relevante", destacou Barroso. (Rafael Moraes Moura)