Mariana Haubert
20 de janeiro de 2021 | 17h30
A indústria brasileira conseguiu atender à demanda interna por mais da metade dos produtos usados no combate ao coronavírus que tiveram suas taxas de importação zeradas. Levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria mostra que, mesmo diante da alta demanda, o País não precisou elevar substancialmente a compra de produtos importados porque a produção nacional conseguiu suprir grande parte da demanda. Para a CNI, o setor deve estar no centro de uma estratégia de recuperação da economia e a tendência é de que o resultado se repita em 2021.
O estudo feito pela entidade considerou o fluxo de 581 bens utilizados no enfrentamento à pandemia que tiveram o imposto de importação reduzido a zero. Para 52% desses produtos, houve queda ou manutenção dos valores importados de janeiro a dezembro de 2020 na comparação com o mesmo período de 2019. No total, as importações subiram apenas 4%, de US$ 17,5 bilhões, para US$ 18,2 bilhões.
Entre os itens que registraram maiores quedas no valor importado estão aparelhos receptores de radiodifusão, medicamentos para fins terapêuticos e máquinas e aparelhos mecânicos. Já entre os que registraram alta na importação, destacam-se reagentes de diagnóstico e produtos imunológicos. Mas, mesmo no caso desses produtos, há indicativos de que a indústria nacional elevou sua produção.
“A indústria nacional passou no teste de fogo. Creditamos isso à capacidade do nosso parque industrial. Para este ano, o cenário dependerá de como a doença irá evoluir, uma segunda onda, mas eu vejo que muitas empresas investiram para dar conta. Acho que é uma tendência que tende a se manter”, afirma Fabrizio Sardelli Panzini, Gerente de Negociações Internacionais da CNI.
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