Coluna do Estadão
21 de setembro de 2017 | 05h30
O governo foi informado de que o ex-deputado Valdemar Costa Neto, chefe do PR, tem articulado para tentar dificultar as concessões de aeroportos. Entre eles o de Congonhas, considerado a “joia da coroa” do seu pacote de concessões. A equipe do PPI, que toca o programa, recebeu queixa de investidores de que a Infraero acaba de licitar uma área comercial nesse terminal de mais de 28 mil m² para construção de megalojas, por R$ 143,7 milhões e com prazo de exploração de 300 meses. Valdemar é o padrinho do presidente da Infraero, Antonio Claret.
Vapt-vupt. A licitação em Congonhas foi aberta em 7 de agosto. No dia 18 de setembro, a Infraero anunciou que o consórcio ganhador foi o formado pelas empresas Creative Real Estate Incorporações e Negócios LTDA e Leroy Merlin Companhia Brasileira de Bricolagem.
Difícil. Investidores alertaram que, se continuar assim, ninguém vai participar das concessões. Será o mesmo que comprar uma casa com um dos cômodos já ocupado por um estranho.
Com a palavra. A Infraero informa que segue licitando porque “a qualificação de um ativo para o Plano de Desestatização se dá por meio de decreto presidencial e, até o momento, não houve nenhuma deliberação nesse sentido”.
Palavra cruzada. As movimentações da Infraero ocorrem no momento em que Temer tenta atrair investidores estrangeiros para as concessões. A Coluna não localizou Costa Neto.
Deixa eles. O criminalista Celso Vilardi decidiu não recorrer da decisão judicial que mandou suspender a destruição de provas da Operação Castelo de Areia. Ele defende a empreiteira Camargo Corrêa.
Questão de tempo. Vilardi afirma que “não vai atravancar os tribunais” contra a decisão por avaliar que é irreversível a destruição do material.
Mudança. Dentro do PSDB, acabou a conversa sobre um candidato a vice que seja do Nordeste. Renata Campos (PSB), viúva de Eduardo Campos, não se interessou e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), sairá para o governo baiano.
No colo. A preferência se deslocou para o lado do senador mineiro Antônio Anastasia (PSDB).
Fim. A crise provocada pelas declarações do general Hamilton Mourão terá um desfecho hoje. Sairá uma nota do comandante do Exército chancelada pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann.
Modus operandi. O ex-procurador Marcelo Miller não foi o primeiro servidor recrutado pelo Trench Rossi Watanabe. Em 2011, a banca contratou Marcos Vinicius Neder de Lima, da Receita Federal.
Detalhe. Assim como Miller, o contrato ocorreu uma semana antes da publicação da exoneração dele.
Delay. Na época, Neder deu explicação parecida à de Miller: que pediu exoneração em 17 de janeiro, três dias antes de assinar o contrato, mas a publicação demorou dez dias para sair.
CLICK. Presidente na ausência de Michel Temer, Rodrigo Maia foi ao plenário da Câmara para acompanhar a votação da reforma política, que ajudou a negociar.
Climão. O PT faz hoje, em São Paulo, seu primeiro evento oficial depois que Antonio Palocci denunciou Lula. Vai discutir “o Brasil que o povo quer”, com a presença do ex-presidente.
Escritor. João Paulo Cunha, condenado no Mensalão, lança hoje seu segundo livro. Uma coletânea de resenhas de obras literárias que leu durante a passagem pelo Presídio da Papuda.
PRONTO, FALEI!
“Os deputados estão preservando seus cargos no governo. É natural que eles saiam”, do ex-governador Renato Casagrande sobre a debandada de políticos do PSB que estão alinhados com o Planalto.
Siga a Coluna do Estadão:
Twitter: @colunadoestadao
Facebook: facebook.com/colunadoestadao
Instagram: @colunadoestadão
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.