A força-tarefa da Greenfield, do MPF, em Brasília, está sob novo regime para sobreviver aos tempos de escassez da gestão de Augusto Aras. Três semanas depois de a Procuradoria-Geral da República reduzir o tamanho do efetivo da equipe, a ordem interna entre os procuradores da operação é rejeitar de pronto negociações para acordos de leniência e colaboração. O motivo é a falta de "braços", dizem. Outra consequência direta foi o adiamento de investigações importantes. Com menos gente, tiveram de priorizar casos próximos de caducar.
Xi... A operação solicitou aumento de estrutura. Como resposta, a PGR manteve cinco procuradores no caso até o fim deste ano, mas só um deles tem dedicação exclusiva até lá.
Humm... O temor desses procuradores é de a força-tarefa se transformar em um grupo de atuação, sem dedicação exclusiva.
Data. O processo no Conselho Nacional do Ministério Público que pede o afastamento de Deltan Dallagnol da Lava Jato deve ser analisado pelo plenário em 18 de agosto próximo.
Cobertor... O procurador de Justiça Saulo de Castro Abreu Filho, ex-secretário do governo paulista, alerta: "Está na hora de impor limites ao uso abusivo de habeas corpus (HCs)". Na pandemia, o "remédio heroico" tem sido largamente utilizado e pode inviabilizar o orçamento do TJ-SP.
...curto. A projeção para este ano, levando-se em conta só a Defensoria Pública, é de distribuição de 15 mil ações de HC. "Não há como suportar tamanha carga de trabalho, sem contar que não há orçamento que chegue", afirma ele.
Fora... O HC é para casos de flagrante ilegalidade de atos do juiz. Qualquer um pode impetrar, não precisa de advogado. Como não há custas, a despesa é bancada pelo TJ, cujo orçamento não previu tal crescimento.
...de controle. Em fevereiro, o MP-SP recebeu, em média, 3 mil HCs e, em junho, superou os 8 mil. A pauta de julgamentos dá preferência à análise desses instrumentos, o que atrasa os outros recursos. Alguns demoram até três anos para serem julgados.
SINAIS PARTICULARES. Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados
Highlander... Apesar de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ter demonstrado ser um "highlander" da Câmara dos Deputados com a aprovação do Fundeb, ainda não são poucos os que apontam no presidente da Casa certa apatia, para dizer o mínimo, quanto ao poder de fiscalização do Executivo conferido ao Legislativo.
...não é fiscal? O desconforto ocorre principalmente nos temas relativos à pandemia da covid-19 e na defesa da democracia. Tudo bem que Maia não quer ir para o tudo ou nada do impeachment, mas poderia cobrar ministros que dão claros sinais de se desviarem de suas finalidades, argumenta a oposição.
CLICK. O deputado federal Enrico Misasi (PV-SP) será o primeiro convidado da série de lives que o jornalista Carlos Alberto Di Franco inicia na próxima quarta-feira (29).
Jornalismo. Carlos Alberto Di Franco, jornalista e articulista do Estadão, inicia na quarta-feira (veja acima), em seu canal no YouTube, série de lives com objetivo de levar ao público informação propositiva.
Jornalismo 2. "Não quero fazer a cabeça de ninguém. Quero conversar com pessoas interessantes que agreguem informação e que ajudem, com serenidade, a que cada um forme sua própria opinião", diz.
BOMBOU NAS REDES!
Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo: "Isso mostra que Bolsonaro comanda o País de forma honesta e com base nos valores morais e éticos", sobre bons resultados do presidente em pesquisas.
COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG, MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA.
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