Dois expoentes do Centrão, egressos de governos petistas, participaram da engenharia por trás do Auxílio Brasil de Jair Bolsonaro. Valdemar Costa Neto (PL) e Ciro Nogueira (PP), segundo apurou a Coluna, foram consultados pelo presidente sobre o programa de transferência de renda.
Para começo de conversa, deixaram claro que a capacidade eleitoral de Bolsonaro e dos demais governistas depende em larga escala dos R$ 400/mês do Auxílio Brasil. Com a expertise adquirida nos anos do PT, explicaram para Bolsonaro como iniciativas desse tipo se revertem em votos e deram dica preciosa: é melhor o benefício ser temporário para o eleitor condicionar a renovação à vitória do governo.
Oxigênio. Diante dos argumentos na linha do "é tudo ou nada", Bolsonaro foi convencido de que turbinar o Auxílio Brasil é imperativo para sua sobrevivência política.
Álibi. Como Paulo Guedes parece mesmo não querer largar o osso, esse discurso cai feito luva para ele mandar às favas os escrúpulos orçamentários: a seu estilo, poderá dizer que fará o que for preciso para "salvar o governo e o projeto".
São Tomé. Tem muita gente no governo duvidando dos R$ 30 bilhões "extrateto" alardeados por Paulo Guedes. O ministro da Economia ainda não teria submetido suas planilhas para o escrutínio do Planalto.
Calibre alto. De quem entende do riscado: Pedro Guimarães, presidente da Caixa, tem a beligerância que Bolsonaro quer na Economia neste momento.
De olho. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), avisou que vai pautar na próxima sessão conjunta do Congresso Nacional, na primeira semana de novembro, o veto de Bolsonaro à oferta gratuita de absorventes e outros cuidados básicos de saúde menstrual. A decisão foi comunicada à bancada feminina na quarta, 21.
Calou fundo. Eduardo Leite (PSDB) vem seduzindo tucanos de São Paulo historicamente (e emocionalmente) ligados à família Covas. O governador do Rio Grande do Sul e pré-candidato a presidente gravou mensagens lembrando a trajetória de Mario Covas (1930-2001). Teve gente que foi às lágrimas.
Porta aberta. Um dos argumentos usados pelos "aecistas" em favor de Eduardo Leite nas prévias do PSDB é que, com ele como candidato ao Planalto, ficará mais fácil negociar fusões com outros partidos. Entre eles, o Cidadania.
É isso aí. Com a filiação de Rodrigo Pacheco ao PSD, Gilberto Kassab cumpre etapa fundamental do projeto presidencial do partido. E ainda faturou uma Coca-Cola apostada com Alda Marco Antônio...
COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG E MATHEUS LARA. COLABOROU PEDRO VENCESLAU.
PRONTO, FALEI!
Elena Landau, economista
"A esquerda chamou de 'PEC da morte' (quando a proposta foi aprovada em 2016). O teto dos gastos era o inimigo da esquerda. E quem furou? Paulo Guedes"