A Câmara vai analisar projeto que acaba com o direito vitalício de ex-presidentes da República de manter oito assessores pagos pela União. Até mesmo os que foram cassados, como Fernando Collor e Dilma Rousseff, podem ter quatro seguranças, dois carros com motoristas e dois ajudantes. Para garantir a estrutura a Sarney, Collor, FHC, Lula e Dilma, o custo anual é de R$ 5,5 milhões. Autor da proposta, o tucano Wherles Rocha diz que, diante da "grave crise econômica", servidores deveriam ter funções "mais relevantes que acompanhar ex-presidentes".
E agora? O assunto voltou à tona depois que Lula foi condenado à prisão. A lei que garante o benefício aos ex-presidentes não prevê nenhuma hipótese de suspensão. Foi o petista que aumentou de seis para oito o número de assessores em 2008, via decreto 6381.
Contingente. No total, a União põe à disposição 40 funcionários (8 para cada um) e 10 veículos oficiais para atender os cinco ex-presidentes da República.
Meio-termo. O projeto do deputado Rocha será analisado conjuntamente com o do deputado Cabo Sabino (PR-CE) na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Sabino quer dar aos ex-presidentes o direito a dois seguranças.
Dois em um. O cenário ainda pulverizado das eleições rachou o PP. Parte da legenda quer apoiar Rodrigo Maia (DEM) à Presidência enquanto a outra metade aguarda uma definição em torno da candidatura do ex-presidente Lula.
Jogo... Partidos que analisam apoiar a candidatura do tucano João Doria ao governo de SP já avaliam que ele fez muitos inimigos no PSDB que podem prejudicá-lo mesmo que consiga a vaga de candidato do partido na disputa estadual.
...Jogado. Esse cenário beneficia o adversário de Doria, o vice-governador Márcio França (PSB), considerado hábil articulador político. Contra o prefeito estão lideranças do PSDB, como Geraldo Alckmin, José Serra, Aloysio Nunes e Alberto Goldman. (Aloysio Nunes enviou a seguinte nota para a Coluna: "Minhas relações com Doria são excelentes. Penso, aliás, que, se ele for candidato ao governo do Estado, serão grandes suas chances de vitória, e dará importante contribuição à eleição de Geraldo Alckmin")
Bateu o martelo. O governo vai reduzir a outorga da Ferrovia Norte-Sul de R$ 1,5 bilhão para R$ 1 bilhão.
Eleito. O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, quer emplacar Edson Duarte, atual secretário de articulação institucional do ministério, para assumir a pasta a partir de abril, quando sai para disputar uma vaga no Senado.
Apoio. Duarte é filiado ao PV da Bahia e já foi deputado federal por dois mandatos. Tem o apoio de ambientalistas.
O outro. Apesar de a indicação trafegar bem entre ruralistas, o agronegócio quer o chefe da Embrapa, Mauricio Lopes, na vaga.
CLICK. Mulheres do Recife desfilam no carnaval com tiaras que têm a inscrição "Lula 2018". Condenado em 2ª instância, o ex-presidente pode ficar fora das eleições.
Alívio. Advogado do presidente Temer, Antônio Claudio Mariz reagiu à declaração do diretor da PF, Fernando Segovia, de que o inquérito contra seu cliente deve ser arquivado. "Mostra que não tem indício de irregularidade", diz.
Suspense. Mariz se esquiva de dizer se Temer vai pedir a investigação da conduta do delegado Cleyber Malta Lopes, como sugere Segovia à Reuters. "Não tenho elementos para julgar o delegado."
A SEMANA
Segunda-feira, 12
Congresso dá uma pausa nas atividades para pular carnaval.
Deputados e senadores retomam os trabalhos na semana que vem e devem decidir se votam a reforma da Previdência
Quarta-feira, 14
CNBB lança em Brasília a Campanha da Fraternidade de 2018
O tema deste ano é "Fraternidade e Superação da Violência". O lançamento será transmitido às 10h por tevês católicas.
COM REPORTAGEM DE NAIRA TRINDADE E LEONEL ROCHA. COLABOROU ANDRÉ BORGES E ISADORA PERON
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