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Ex-ministra do STJ diz que Alexandre de Moraes "exagerou" sobre Bolsonaro

Por Juliana Braga
Atualização:

Ex-ministra do STJ, Eliana Calmon. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

 

A ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, considerou "exagero" a defesa do ministro do Supremo Alexandre de Moraes de abertura de inquérito para apurar declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) de que só seriam precisos "um soldado e um cabo" para fechar o Supremo.  "É exagero o ministro Alexandre de Moraes dizer que é preciso abrir inquérito para apurar", afirmou à Coluna.

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Calmon, no entanto, não poupou de críticas o filho do presidenciável. "É um moço muito imaturo e inconsequente de dizer, como se fosse bravata, o que disse sobre o Supremo", ponderou. Ainda assim, ela avalia que deu-se "muita importância" ao episódio.

Sem citar nominalmente o deputado, o ministro afirmou que as declarações dele são "absolutamente irresponsáveis" e defendeu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) abra uma investigação contra o parlamentar por crime tipificado na lei de segurança nacional.

"Porque mesmo com 30 anos de Constituição, temos que conviver com declarações dúbias, feitas de maneira absolutamente irresponsável, por um membro do Parlamento brasileiro", criticou. "É algo inacreditável que tenhamos que ouvir tanta asneira da boca de quem representa o povo. Nada justifica a defesa do fechamento da instituições republicanas."

Ao por panos quentes, Calmon destacou que Bolsonaro já o desautorizou e disse que ele "não é doido de ter isso na cabeça". "Bolsonaro sabe que não pode governar contra a Constituição." Ainda afirmou não acreditar que as Forças Armadas concordaria com a afirmação do filho do presidenciável.

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Calmon declarou apoio a Jair Bolsonaro. Ela diz acreditar que o candidato é um homem sério, capaz de colocar o Brasil nos trilhos. "A gente precisa renovar. Precisa acabar com essa dobradinha entre PT e PSDB, com o MDB no meio tirando proveito de ambos", afirmou.

Diante da polêmica, o candidato à Presidência do PSL enviou segunda-feira, 22, uma carta ao ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello após o magistrado classificar como 'inconsequente e golpista' as declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). No texto enviado ao decano, o presidenciável afirma que o STF é o "guardião da Constituição" e que "todos temos de prestigiar a Corte". (Juliana Braga)

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