A entrada do presidente Jair Bolsonaro nos 45 do segundo tempo na reforma da Previdência não escapou de críticas nem de deputados do seu partido, o PSL. Para o Centrão, o movimento dos últimos dias foi visto como uma forma de retomar o protagonismo em uma pauta que havia sido dominada pelo Congresso. Já no PSL, o raciocínio é: se era para intervir, que o fizesse antes, quando as chances de conseguirem melhorar as regras para policiais seriam maiores. Por fim, todos concordam: atabalhoado, foi mais um passo mirando na reeleição em 2022.
Formação. De olho na Vice-Presidência, Marco Feliciano (Pode-SP) destaca: "Tem que lembrar que o presidente Bolsonaro é político, além de capitão!".
Ele não. Onyx Lorenzoni, que participou da reunião de líderes ontem sobre a reforma, consultou Bolsonaro por telefone sobre o acordo por policiais. Aliás, Alcolumbre recebeu um telefone do presidente pra tratar do assunto. Rodrigo Maia, não.
Vão-se os anéis... A promessa de Davi Alcolumbre aos governadores de reincluir os Estados na reforma da Previdência no Senado caso os deputados não o façam deixou a equipe econômica de cabelos em pé. Se houver alteração, a PEC precisa voltar para a Câmara.
...ficam os dedos. A turma de Paulo Guedes no Ministério da Economia tem pressa para aprovar o texto o quanto antes para destravar outras pautas, mesmo que isso implique deixar Estados de fora.
Defensor. Para o relator da PEC no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), é importante ter os Estados na Previdência, mesmo que atrase o calendário. "O déficit deles é estrondoso."
Plano C. Uma saída seria nova PEC com os Estados, que tramitaria em paralelo. A possibilidade, segundo Tasso, não foi discutida ainda, mas já está no radar.
Posto avançado. O deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE) tem substituído o governador Camilo Santana nas reuniões em Brasília. Ele próprio autor de uma proposta de reforma, tem trocado figurinhas com o governo, mesmo sendo de partido de oposição.
Meio-termo. Após reação do setor, Jerônimo Goergen (PP-RS) recuou no relatório da MP de Liberdade Econômica. Vai manter a autorização para supermercados venderem remédios sem receita, desde que cumpram as mesmas regras sanitárias das farmácias.
Me ajuda. Depois de o ministro do Supremo Marco Aurélio Mello ter concedido liminar a favor do Maranhão, Minas Gerais reiterou ao STF o pedido para que a União também abra ao governo mineiro uma linha de crédito para o pagamento de precatórios.
Loteria. Com a vitória no STF, a União terá de abrir ao Maranhão uma linha de crédito de até R$ 623,5 milhões. Minas pede R$ 659 milhões. O caso está sob a relatoria de Cármen Lúcia, que já foi procuradora-geral do Estado. Bahia e Goiás já tiveram pedidos negados.
CLICK. A entrada da CPI do BNDES foi coberta com papel pardo durante o depoimento de Emílio Odebrecht, sigiloso. Celulares até dos deputados foram proibidos.
A tempo. Desde o início do programa, o Criança Feliz detectou, por meio das visitas realizadas, 7,3 mil gestantes que ainda não haviam iniciado o pré-natal. Ao todo, 108 mil gestantes já foram atendidas. A ação, iniciada no governo de Michel Temer, completou mil dias esta semana.
De olho. O Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça vai pôr à disposição no site a situação de cada uma das 45 obras em execução nas unidades prisionais dos Estados. Em SP, a previsão é criar 8.448 vagas em 2019.
PRONTO, FALEI!
Do deputado federal José Guimarães (PT-CE): "Não foi por atuação da oposição que se atrasou a votação da reforma na comissão", sobre atraso de 7h para início da sessão por dificuldade de acordo com policiais.
COM JULIANA BRAGA (editora interina) e MARIANNA HOLANDA. COLABOROU RAFAEL MORAES MOURA
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