Livre dos compromissos assumidos com João Doria, de quem era vice até 2018, Bruno Covas (PSDB) ampliou sua "cota pessoal" no primeiro escalão da Prefeitura. O perfil "tarefeiro" do secretariado é a aposta de Covas para ter controle total das ações na capital e criar uma marca da gestão. A principal mudança ocorreu na Educação. Apesar de na campanha ter exaltado o bom desempenho da pasta, o prefeito preferiu trocar Bruno Caetano, quadro técnico do PSDB elogiado por Doria, pelo seu amigo próximo e de longa data Fernando Padula.
Em alta. Quem também está prestigiado é o advogado César Azevedo. De extrema confiança do prefeito, ele assumiu a área de urbanismo sob muita desconfiança de arquitetos e urbanistas. Azevedo já comandava o sempre enrolado setor de licenciamentos.
Históricos. O coração da articulação política foi entregue a Ricardo Tripoli (PSDB), historicamente ligado à família Covas. Edson Aparecido, outro tucano de quatro costados , permanece na Saúde para comandar o processo de vacinação.
Brother. Também fazem parte da "cota pessoal" de Bruno Covas: Alê Youssef (Cultura), Alexandre Modonesi (Subprefeituras e Orlando Faria (Habitação).
Nosso... Padula, citado nos grampos da chamada "Máfia da Merenda", assume a Educação após anúncio recente da Prefeitura de que, pela primeira vez, conseguiu "zerar" a fila de crianças em busca de vagas nas creches.
...homem. Nos grampos da Operação Alba Branca, que investigou desvios na área da educação do governo estadual paulista, Padula é citado por alguns alvos, segundo a Polícia Civil, como "nosso homem". Ele nega as acusações.
Retrospectiva... Marco Aurélio Mello mobilizou o debate no País em outubro ao beneficiar com uma decisão o traficante André do Rap. A reação foi grande contra o ministro.
SINAIS PARTICULARESMarco Aurélio Mello, ministro do STF
...em ilustrações. A percepção na Corte foi de que Luiz Fux e alguns de seus pares deixaram Marco Aurélio, o decano do STF após a aposentadoria de Celso de Mello, sozinho na "chuva".
Vou... O passeio de Jair Bolsonaro entre banhistas na Praia Grande no primeiro dia deste 2021 foi uma ação de marketing político para fincar (ainda mais) a posição do presidente contra o isolamento social durante a pandemia, mesmo com as 195 mil mortes.
CLICK. Bolsonaro provocou, de novo, aglomeração e foi chamado de "mito" por banhistas em Praia Grande. Também foram entoados gritos contra João Doria.
...pra galera. A cidade do litoral paulista foi escolhida pelo presidente e seu estafe justamente por ter contestado a decisão do governo estadual que colocou todo o Estado na fase vermelha do plano de combate à covid-19, mais dura em termos de restrições à circulação.
Provocação oficial. "Presidente nada de braçadas até o povo da Praia Grande. Governador abandona os paulistanos trancados em casa", escreveu no Twitter Fabio Wajngarten, responsável pela Secretaria de Comunicação do governo federal.
Chapa branca, O ministro Fábio Faria (Comunicações) também usou a mesma rede social para exaltar o seu chefe.
Troco. João Doria reagiu. "No momento em que o Brasil precisa de paz e de atitudes para combater a pandemia e salvar vidas, o presidente Jair Bolsonaro nos ataca mais uma vez, covardemente", escreveu o governador também no Twitter.
PRONTO, FALEI!
João Doria, governador de São Paulo (PSDB)
"Bolsonaro gosta mesmo é do cheiro da morte, do cheiro da pólvora e do cheiro do dinheiro das rachadinhas. Presidente: trabalhe mais e fale menos."
COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG
Twitter: @colunadoestadao Facebook: facebook.com/colunadoestadao Instagram: