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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Em jantar com deputados, Doria ganha tempo para mostrar se cresce nas pesquisas

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Por Felipe Frazão
Atualização:

Na reunião do presidenciável tucano João Doria com a bancada do PSDB na Câmara, na noite da última quarta-feira, ele ganhou tempo. Diante do ceticismo de colegas com a candidatura dele, o deputado Carlos Sampaio (SP) sugeriu que fosse dado um prazo a Doria para ver o desempenho dele ao fim das inserções partidárias na TV. 

O ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Foto: Felipe Rau/Estadão.

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Doria é a estrela da propaganda tucana, no ar até 10 de maio. Depois, querem colher o resultado nas primeiras rodadas de pesquisas, trabalhando ainda com o cenário de que a decisão saia em 18 de maio, o antigo dia D da terceira via. Até o fim do mês esperam saber se ele cresce nas pesquisas.

No jantar em Brasília, apenas um deputado falou explicitamente a favor de Doria, Nilson Pinto (PA). Eduardo Barbosa (MG) levantou objeções. Aécio Neves (MG), que é desafeto de Doria, não apareceu.

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Mas a maioria ficou em silêncio. Um dos motivos alegados por um dos presentes foi o temor de represálias. Viabilize-se ou não como candidato, Doria emplacou uma peça-chave na distribuição de recursos do fundo eleitoral, o tesoureiro César Gontijo, seu fiel aliado.

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Horas antes de sentar à mesa com a bancada federal, Doria ouviu um duro diagnóstico sobre sua situação atual no PSDB. 

Ele se encontrou com Marcus Pestana, que coordenou as prévias tucanas, e ouviu dele que "ninguém no partido quer a sua candidatura", segundo relatou um dos presentes.

Embora defenda a candidatura própria e tenha dito que apoiaria o ex-governador se ele se viabilizasse, Pestana acrescentou que a propaganda não foi calibrada para ajudar Doria a superar a rejeição e o sentimento de desconfiança captados em pesquisas qualitativas.

Pestana sugeriu que restarão duas alternativas: ou Doria sai à Montoro, referindo-se ao ex-governador paulista Franco Montoro que abriu mão da disputa para arbitrar a disputa entre Ulysses Guimarães e Tancredo Neves em 1985, ou será um camicase, com risco de quebrar o partido.

Surpreso, Doria respondeu que levaria em conta as observações do ex-deputado mineiro, mas disse que se sente desafiado na adversidade, um sinal de que insistirá na segunda opção.

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Ilustração João Doria, por Kleber Sales

Ilustração Kleber Sales  
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