Um dos ministros mais poderosos do governo Temer, Romero Jucá (Planejamento) disse em depoimento à Polícia Federal que vive do seu salário. Investigado em seis processos, entre eles a Operação Lava Jato, a quem deu a declaração sobre seus rendimentos, Jucá afirmou que às vezes recebe contribuição dos filhos, segundo ele, empresários bem sucedidos.
No depoimento ele disse "que não é sócio de qualquer pessoa jurídica nem diretamente, nem por meio de terceiros. Que não possui qualquer outra fonte de renda habitual além dos seus salários como senador da República. Que eventualmente recebe doações procedentes de seus filhos, ambos empresários. Que tais doações são informadas à Receita Federal."
Um levantamento ao qual a coluna teve acesso mostra que os filhos de Jucá, Rodrigo e Marina, de 34 e 32 anos, são sócios de 12 empresas. As empresas vão desde loja de calcinhas à TV, jornal e mineradora de ouro e diamantes. O irmão de Jucá, Álvaro Jucá, atua em outras vinte empresas. Ele e o ministro já foram acusados de atuar em conjunto em esquema de corrupção. À Justiça Eleitoral, o ministro declarou que seu patrimônio é de R$ 545 mil.
Os dados foram reunidos pela assessora jurídica do senador Telmário Mota (PDT-RR), a advogada Fabiana Gadêlha. Ele é adversário de Jucá no Estado.
Nesta segunda-feira, o jornal Folha de S.Paulo divulgou transcrições de conversas entre Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O ministro sugere um pacto para deter os avanços da Lava Jato.