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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Com 'pacto de silêncio', PT quer deixar Ciro Gomes falando sozinho

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Por Matheus Lara e Alberto Bombig
Atualização:

Após Ciro Gomes (PDT) ter desferido outra saraivada de golpes contra o PT, desta vez mirando o queixo de Fernando Haddad, os petistas prometem uma espécie de "pacto de silêncio" para sair do pugilato verbal com o presidenciável do PDT.

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Um interlocutor de Lula diz que a ideia é deixar Ciro falando sozinho, enquanto o ex-presidente articula apoios, inclusive no Ceará, base política do pedetista. Do outro lado do ringue, a leitura do combate é outra: Lula terceiriza os ataques a Ciro, que apenas reage porque nunca foi de levar desaforo para casa.

Punch. Nas redes, Ciro chamou Haddad de "bajulador" e o acusou de ter sido um dos responsáveis pela vitória de Jair Bolsonaro. À TV Globo, o ex-prefeito de São Paulo havia dito não respeitar quem "cospe no prato que comeu", ao falar sobre o pedetista.

Póim. Nos bastidores do PT, a sensação é de que Ciro está fora de controle, inclusive de seu marqueteiro, João Santana. Os petistas chegaram a imaginar, em um primeiro momento, que os ataques a Lula cessariam ou seriam escassos.

Revide. Não foi o que ocorreu: Ciro subiu ainda mais o tom. Então, a estratégia do PT passou a ser a de responder ao pedetista, na tentativa de intimidá-lo. Também não adiantou.

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Zíper. Agora, prometem o pacto de silêncio, ao menos entre os petistas mais próximos de Lula. A menos que o ex-presidente solicite algum revide pontual, o que não está no horizonte da atual fase agregadora da pré-campanha do PT.

Epa! O presidente do PDT em São Paulo, Antônio Neto, reagiu à troca de sopapos: "Desde 2018, o lulopetismo tenta terceirizar a culpa por produzir a tragédia do governo Bolsonaro. Agora culpam Ciro por não topar mentir para o nosso povo aceitando participar de uma candidatura fake. Além de bajular Lula, Haddad ataca Ciro para esconder a sua responsabilidade pelas propostas liberais que ele defendeu na campanha e foram implementadas por Guedes, como a independência do Banco Central. Tá na hora de descer do poste e debater projeto para o país."

 Foto: Taba Benedicto/Estadão

Só no nosso? José Luiz Datena (PSL-SP) tem feito fortes críticas ao ministro da Economia, a Bolsonaro e ao governo em seu programa na TV Bandeirantes. Os assuntos? A explosão dos preços dos alimentos, dos combustíveis e do anunciado calote nos precatórios. O mote? "É só no nosso, Paulo Guedes?"

SINAIS PARTICULARES. José Luiz Datena (PSL), apresentador e presidenciável  

Pra... Joaquim Silva e Luna quer postergar seu depoimento na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. O presidente da Petrobras está convocado para falar no próximo dia 31, entre outros pontos, sobre a falta de gás para as usinas térmicas do País.

...ontem. Presidente da Frente Parlamentar de Energia Renovável, Danilo Forte (PSDB-CE) comentou a data proposta por Silva e Luna: 28 de setembro. "Quanto mais rápido o Congresso puder ajudar, melhor", afirma o deputado.

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CLICK. Imagens da preparação no QG do Exército onde Bolsonaro estará nesta quarta-feira, 25, Dia do Soldado. Há grande expectativa sobre o discurso do presidente.  

Perdido. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, ainda demonstra desconhecimento das ações da pasta. Em reunião com a Comissão do Meio Ambiente da Câmara, Leite não foi claro sobre ações efetivas de combate aos incêndios florestais no País.

Adiamento. Desde 25 de junho, Leite tem em sua mesa um questionamento dos deputados do PV Célio Studart (CE) e Israel Batista (DF) sobre medidas de prevenção às queimadas na estiagem. O ministro solicitou extensão de prazo para dar as respostas que, pela Constituição, é de 30 dias.

PRONTO, FALEI!

Rui Falcão, deputado federal (PT-SP)

"É preciso deter Jair Bolsonaro enquanto é tempo. O Brasil e a democracia não aguentam mais um ano e dois meses com ele na Presidência da República."

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O deputado Rui Falcão (PT-SP). Foto: André Dusek/Estadão

COLABOROU ELIANE CANTANHÊDE

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