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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Com déficit bilionário, Correios contrataram consultoria por R$ 29 milhões

Desde 2012 a estatal já comprometeu R$ 66,3 milhões em contratos com propósitos semelhante

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Por Luiza Pollo
Atualização:

 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Com prejuízo de R$ 1 bilhão e dificuldades até para pagar salários, os Correios contrataram por R$ 29 milhões uma consultoria para propor novo modelo de governança. Desde 2012, conforme o TCU, a estatal já comprometeu R$ 66,3 milhões em contratos com propósito semelhante. O mais recente foi firmado dia 9 com a Accenture por R$ 29 milhões, que já havia sido contratada em 2013 por R$ 4,9 milhões. Também foram pagos, em anos anteriores, R$ 29,3 milhões para a Falconi, em 2012, e R$ 2,9 milhões para a Ernst & Young, em 2014.

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O ministro Bruno Dantas, do TCU, deu 15 dias aos Correios para justificar as "motivações, a necessidade e os produtos contratados" da Accenture, além de comprovar que as consultorias não prestaram o mesmo serviço. Ao todo, são 17 questionamentos.

Os Correios alegam que o contrato atual é mais "complexo" do que os anteriores. A Accenture e a Falconi dizem que não podem se manifestar devido a cláusulas de confidencialidade. A Ernst & Young não respondeu.

Confira na íntegra a resposta dos Correios:

Tratam-se de contratações com objetos distintos. A primeira ocorreu em 2013 e teve como objeto estruturar o negócio de logística e encomenda dos Correios. O atual, assinado em 10/11/2016, é mais amplo e tem por objetivo apoiar a revisão do Plano Estratégico, adequação do modelo operacional à nova estratégia e aprimoramento da gestão de custos da empresa.

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O contrato atual não tem o mesmo objeto das contratações anteriores. Trata-se de um programa de maior complexidade em relação àqueles realizados pelas empresas precedentes e visa contribuir para a reversão da atual situação financeira dos Correios, posicionando a empresa para crescimento futuro. Os trabalhos anteriores foram conduzidos em um cenário diferente para os Correios e, apesar de já incorporados à empresa, não são suficientes para os desafios enfrentados no momento.

Esclarecemos que não se trata apenas de um estudo de consultoria, mas de um programa que abrange desde o planejamento das iniciativas até a sua efetiva implementação. A necessidade de investimento em um projeto de consultoria visa reverter o quadro financeiro da empresa, que registrou prejuízos nos últimos anos.

Adicionalmente, a contratação de uma consultoria é justificada para preparar os Correios para atender às determinações da Lei 13.303/2016 e buscar conhecimento internacional dos mercados postal e logístico, levando em consideração a complexidade inerente ao porte e magnitude dos Correios (extensa capilaridade, grande quantidade de empregados, atuação híbrida - monopólio e livre concorrência -, cultura organizacional, fatores macro políticos e de ordem socioeconômica).Siga a Coluna do Estadão:Twitter: @colunadoestadaoFacebook: facebook.com/colunadoestadao

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