Guilherme Bianchini, especial para O Estado
19 de setembro de 2019 | 18h29
Um assessor da Câmara precisaria trabalhar por aproximadamente 57 anos para chegar aos R$ 2,5 milhões de cada cota vencedora de ontem, 18, da Mega-Sena.
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O bilhete premiado saiu de um “bolão” da liderança do PT. A conta é referente ao salário de um cargo de natureza especial 15 (CNE-15), R$ 3.664,79, grau mais baixo de remuneração de assessores em gabinetes de liderança. Nenhum deputado participou do rateio da Mega.
Acumular o valor seria tarefa um pouco mais fácil para os assessores mais bem remunerados. Para um CNE-07, por exemplo, seriam necessários “apenas” dez anos e meio trabalhando sem gastar nenhum centavo para chegar à conta dourada dos R$ 2,5 milhões. Funcionários desse patamar recebem, entre vencimentos e representação mensal, a quantia de R$ 19.902,20.
O gabinete da liderança do PT conta com 82 CNEs, divididos em oito categorias diferentes. Onze dos funcionários estão no grupo que recebe o menor salário possível, de R$ 3.664,79, e seis recebem o teto de R$ 19.902,20. As informações estão disponíveis no site da Câmara.
De acordo com o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), os sortudos dividirão o prêmio com quatro copeiras que costumam participar do “bolão”, mas não o fizeram nesta semana. Além disso, motorista e faxineira também participaram da aposta vencedora.
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