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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Alvos da CPI da Covid acionaram 109 vezes o STF por 'socorro'

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Por Redação
Atualização:

Sob os mais pesados ataques bolsonaristas, o Supremo havia sido acionado 109 vezes até a terça-feira, 14, por interrogados e/ou investigados da CPI da Covid, incluindo aliados e apoiadores de Jair Bolsonaro, e os beneficiou pelo menos parcialmente em 55% dos casos.

A imensa maioria recorreu à Corte justamente para pedir "socorro", buscando o direito de poder ficar em silêncio ou contestando quebras de sigilos determinadas pela comissão. Foram os casos do ex-ministro Eduardo Pazuello e de Mayra Pinheiro, a "capitã cloroquina", por exemplo.

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Foto: Adriano Machado/Reuters

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Vamos lá. "Os ministros do STF atuam em consonância com a interpretação do que está na Constituição, e a CPI, sempre que discordou, procurou na Justiça o que julgou adequado. É do Estado Democrático de Direito", disse à Coluna o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).

Não... Ainda que alguns esclarecimentos tenham sido prejudicados, senadores entendem que a corrida ao STF era esperada e não será um entrave nem para o relatório nem para a continuidade das investigações.

...adianta. "A prova testemunhal poderia ser a mais frágil. Temos documentos, quebras de sigilo, gravações e vídeos o bastante para compor o relatório final da CPI", afirma a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

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Reclamação. O senador Humberto Costa (PT-PE), por outro lado, afirma que algumas decisões do STF limitam o papel fiscalizador do Legislativo. Ele cita o exemplo da liminar de Dias Toffoli que suspendeu a quebra de sigilos da VTCLog, empresa investigada por contratos com o Ministério da Saúde.

Lembrete. Para o cientista político José Álvaro Moisés, a enxurrada de ações no STF é o reconhecimento do "império da lei". "A contradição fica por parte dos críticos que pedem o fechamento da Corte. Ao buscarem o Supremo, enfraquecem sua própria crítica e fortalecem a instituição."

Mesa. O restaurante A Mano é o novo endereço gastronômico do poder em Brasília. Na segunda-feira, 13, Gilmar Mendes, Eduardo Cunha e Aroldo Cedraz (em mesas separadas) estavam na casa, que tem Arthur Lira como frequentador assíduo.

Jogo... O grupo de zap dos conselheiros da Anatel Vicente Bandeira, Carlos Baigorri e Moisés Moreira se chama "três a dois", símbolo da divisão na agência. Os "dois" são Leonardo Morais e Emmanoel Campelo.

...duro. Na segunda, 13, os três derrotaram os dois ao adiar a discussão sobre o leilão do 5G com um pedido de vista, para desespero do ministro Fábio Faria (Comunicações). Os derrotados se referem aos vencedores como "os três porquinhos", em "homenagem" ao clássico infantil.

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COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG E MATHEUS LARA

PRONTO, FALEI!

Cacá Leão (PP-BA), deputado federal

"Pergunto se não chegou a hora de a Petrobras, que lucrou cerca de R$ 43 bilhões (no 2.° trimestre de 2021), fazer um encontro de contas com o povo brasileiro."

 Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados
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