O advogado Marco Aurélio Carvalho, integrante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, disse neste domingo estar havendo um "questionamento injustificado e seletivo" em relação ao desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4).
O magistrado que mandou soltar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi filiado ao PT de dezembro de 1991 a 2010. Um ano depois, em 2011, Favreto foi nomeado pela então presidente Dilma Rousseff para o TRF-4. Antes, ele havia sido assessor da Casa Civil no governo Lula e secretário da reforma do Judiciário no Ministério da Justiça, à época comandado por Tarso Genro.
"Estão questionando agora a proximidade desse desembargador com o PT, mas ninguém questiona a do Carlos Ayres Britto (ex-presidente do Supremo Tribunal Federal) nem a do ministro Edson Fachin, porque eles foram contrários a Lula", disse Carvalho.
Ex-coordenador do Setorial Jurídico do PT, o advogado lembrou que Fachin, hoje relator da Lava Jato no Supremo, sempre foi muito próximo dos movimentos sociais e também do partido. Ayres Brito, por sua vez, chegou a ser candidato a deputado federal pelo PT. "Essa aferição da proximidade com Favreto é seletiva e inoportuna. Se vale para ele o mérito desse questionamento, evidentemente tem de valer também para todos os demais julgadores. Mas esta não tem sido a regra. Infelizmente, trata-se de um julgamento de conveniência", provocou Carvalho. (Vera Rosa)