EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Abandonados na defesa do isolamento, Estados avançam em auxílios próprios

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

 Foto: Veetmano Prem/Código19/Estadão Conteúdo

Jair Bolsonaro reafirmou com novas declarações na linha "mortes são inevitáveis" o que governadores já sabiam, mas Arthur Lira e Rodrigo Pacheco fingem desconhecer: combater efetivamente a pandemia não é a prioridade do presidente. Essa tarefa foi delegada a Estados e municípios, que sofrem com a falta de vacinas, com as UTIs lotadas, com o desgaste do confinamento e estão abandonados pelo Congresso. Cientes desse jogo, os governadores tentam avançar por conta própria na compra de vacinas e até em programas de transferência de renda.

PUBLICIDADE

Antídoto. Na economia, para tentar evitar que Bolsonaro continue posando de "defensor dos empregos" enquanto empurra a conta da crise para os governadores e capitaliza popularidade com o auxílio emergencial, diversos Estados também avançaram na concessão de benefícios sociais.

Antídoto 2. Esses auxílios estaduais muitas vezes têm valores pagos aos cidadãos mais altos do que os do federal e atendem um número maior de categorias.

Ajuda própria. O Pará, por exemplo, iniciou o pagamento de R$ 500,00 mensais a autônomos, além de pequenos comerciantes e população mais carente. Em São Paulo, o governo do Estado turbinou seus programas sociais. O Ceará criou em março um auxílio de R$ 1.000,00 para trabalhadores desempregados de bares e restaurantes. Já o Piauí aprovou o mesmo valor para os setores de alimentação e de eventos.

Tiro na água? Para Bruno Soller, do Instituto Travessia, de análises e pesquisas, a redução do valor da ajuda federal, que passou de R$ 600 para R$ 250, em média, pode frustrar a população porque não atende as necessidades das famílias, ainda mais em um cenário de aumento de preços.

Publicidade

Mais... O impasse em torno do Orçamento não chegou ao fim, mas a expectativa é de que o episódio deixe marcas na relação do governo com o Congresso, segundo palacianos.

...problema. Mesmo que a cúpula do Congresso ceda um pouco e a equipe econômica também, o Planalto sabe que os recursos para 2021 são os mais importantes desta legislatura: abrirá caminho para reeleições. Perder uma fatia gorda de emendas será doloroso.

Atolado. Um palaciano afirma que Paulo Guedes está para o Orçamento assim como o navio Evergreen estava para o Canal de Suez: encalhado.

SINAIS PARTICULARES. Paulo Guedes, ministro da Economia

Ilustração: Kleber Sales  

No vermelho. O saldo do primeiro dia de julgamento no Supremo sobre a realização de cultos e missas na pandemia foi negativo para o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Publicidade

No vermelho 2. Aras disse durante o julgamento que a "ciência salva vidas, a fé também". A frase caiu muito mal na Corte. Foi lida com aceno ao presidente de que o procurador está disposto a qualquer coisa para ficar com a vaga de Marco Aurélio Mello.

PUBLICIDADE

Oiê! No intervalo da sessão, André Mendonça, concorrente de Aras na luta pela vaga, deu um pulinho na sala de Luiz Fux para se "reapresentar": lembrou que estava de volta à AGU e se colocou à disposição. A visita de cortesia durou cerca de dez minutos.

Aposta. O secretário de Segurança Pública do Ceará, Sandro Caron, é o mais cotado entre integrantes da PF para assumir a inteligência da corporação. Ele já foi superintendente no Ceará e no Rio Grande do Sul.

CLICK. O perfil do Ministério da Infraestrutura nas redes brincou com funk que fala de "martelar" quando Tarcísio Freitas bateu o martelo no leilão de aeroportos.

Publicidade

Reprodução/Instagram  

Sem... A Frente Parlamentar em Defesa do Livro repudiou a posição da Receita Federal de que somente os mais ricos leem ao defender a perda da isenção tributária para livros. Em nota, o grupo afirma que o órgão utiliza informação distorcida e mistura dados sobre livros didáticos e não-didáticos e diferentes faixas salariais. 

...sentido. "Ao contrário do que alega a Receita, as famílias com renda inferior a dez salários mínimos respondem por quase a metade do mercado de livros não didáticos. O mesmo segmento da população consome 70% dos livros didáticos. Em vez de ampliar esse acesso, o governo busca restringi-lo", dizem os parlamentares em nota.

PRONTO, FALEI! 

Foto; Alex Pazuello  

Arthur Virgílio Neto, ex-prefeito de Manaus (AM) pelo PSDB: ""Bolsonaro, como diz um termo popular, é um abilolado.Trocar a experiencia e a qualidade de um André Brandão que foi dirigente do HSBC no exterior por um cara que diz uma platitude como "o Banco do Brasil é de mercado e é do Brasil". Grande novidade. Parece minha tia Finoca dizendo que dinheiro é no Banco do Brasil, porque só quebra se o País quebrar", sobre a mensagem de Fausto Ribeiro a funcionários do banco.

COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG, MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA

Publicidade

Twitter: @colunadoestadao Facebook: facebook.com/colunadoestadao Instagram: 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.