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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

"A volta de Dilma à Presidência é inviável", diz Aécio

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Por Luiza Pollo
Atualização:

Depois da aprovação do afastamento da presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves não teve dúvidas que o único caminho possível para o PSDB era o de apoiar o governo provisório liderado por Michel Temer. "Poderíamos lavar as mãos ou procurar fazer o melhor para o Brasil. Esse é o DNA do PSDB", afirma. Para ele, a incapacidade de tirar o Brasil da crise foi decisiva para que Dilma fosse afastada. E duvida que ela tenha condições políticas de voltar. "Acho impossível esse retorno. Até setores do PT não querem sua volta", diz.

 

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Ilustração: Kleber Sales

Saída de Dilma Ainda é um cenário de grande instabilidade, mas o Brasil passou a ter uma chance de construir um novo roteiro. O fato é que chegou-se à conclusão de que com ela o País não avançaria. Ela perdeu as condições mínimas de sinalizar para a retomada do crescimento, do emprego, de uma agenda nova para o Brasil.

Governo Temer A legitimidade de Temer jamais virá das ruas, mas do cumprimento da Constituição e da coragem que tiver para apresentar agenda ousada para o Congresso.

Prioridades Sugeri que desse prioridade à Lei das Estatais, uma bela sinalização sobre modelagem e organização do Estado. Mas Temer não tem tempo a perder. O tempo é contra a ele. Quanto mais avançar na agenda, mais haverá a sensação de que existe governo com rumo que não pode ser interrompido.

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Economia A questão econômica é central. Enquanto indicar que tem agenda econômica ousada e corajosa, ele vai em frente. Não pode ter preocupação com curva de popularidade, mas com o julgamento da História.

Erros e vai e vem Ele já teve alguns equívocos, mas pode se recuperar, se estiver mais atento à sociedade e menos aos grupos de interesses que o circundam. Porque esses são os mesmos que há pouco tempo estavam com o outro governo e fizeram apenas baldeação.

Desgaste do PSDB A primeira alternativa era lavar as mãos e focar num projeto eleitoral próprio. A segunda era compartilhar riscos. Não tenho dúvidas que essa é a postura mais responsável e seremos julgados por ela. Mas nos dá o discurso de que agimos fazendo o melhor para o País. Esse é o DNA do PSDB.

Aliança com PMDB A forma eficaz para vencer o PT é consolidarmos essa aliança, com uma agenda de centro, responsável, que tenha como prioridades a questão fiscal, a eficiência da máquina pública, relações internacionais a favor do Brasil, em vez da aliança bolivariana como fez o PT.

Volta de Dilma Inviável. A maior razão da queda política dela foi a incapacidade para tirar o Brasil da crise. Chego a pensar que setores do PT não querem a volta. O PT se sente confortável nesse papel de vítima, sem compromissos com o que precisa ocorrer no Brasil. Acho impossível esse retorno.

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Acusação de golpismo Eles transformaram isso num mantra. Não tem resultado. Cadê o povo nas ruas para acusar as pessoas de golpe? Não tem. As manifestações deles perderam substância. É algo que pode até emocionar os mais fanáticos. Mas não ganhou capilaridade. A democracia está fortalecida. Todos os ritos estão sendo cumpridos.

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Lava Jato Fui citado pelo ex-senador Delcídio Amaral e quero que as investigações ocorram da maneira mais rápida possível. Nenhum brasileiro foi tão investigado quanto eu. O tempo tem mostrado a inconsistência dessas acusações. A Lava Jato faz parte da realidade do Brasil.

Efeito das acusações Investigações têm que ocorrer. No meu caso, trata-se de vingancinha pessoal de Delcídio e fez com que o Ministério Público optasse por abrir a investigação. Ninguém com destaque na política está imune a citações. As que envolvem meu nome são todas vindas de adversários. De pessoas que participaram dessa quadrilha que tomou conta do País. Sou adversário disso. Eu os combato desde sempre.

Entrevista a Marcelo de Moraes

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