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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

A tragédia do Major e a pressão sobre Pacheco

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Por Redação
Atualização:

Senador Major Olimpio. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

A insensibilidade do comando do Senado diante da tragédia pessoal de seus membros causou indignação em conversas reservadas de parlamentares após a morte cerebral de Major Olimpio. Eleito por São Paulo, ele foi o terceiro senador vítima do novo coronavírus, sem falar dos muitos que se recuperaram após árduas batalhas e amplamente amparados pelo ótimo plano de saúde da Casa. Ainda assim, o presidente Rodrigo Pacheco (DEM-MG) insiste em não instalar a CPI da Covid-19. A pressão, porém, não para de aumentar.

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In memoriam. Simone Tebet (MDB-MS) homenageou Olimpio e fez um apelo: "Precisamos soltar o grito de indignação que nunca lhe faltava. Vacina, auxílio emergencial e CPI já".

Libera. "Não cabe ao presidente do Senado segurar ou não a instalação, a avaliação é técnica e é um direito das minorias. Há fato determinado. A pressão pela abertura da comissão está se generalizando", diz Renan Calheiros (MDB-AL).

Salão verde. A pressão por uma CPI também cresceu na Câmara, onde o assunto foi escanteado até pela oposição. Porém, o recrudescimento da crise sanitária no País e a falta de liderança do governo federal movimentaram os grupos de parlamentares.

Pera. Apesar de ter aberto a contagem de tempo para o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), diz que o momento ainda não é propício para uma investigação parlamentar.

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Veja bem. "Eu sou dos que estão sem paciência. Mas, hoje, não defendo CPI. Defendi todo esforço para enfrentar a pandemia. Fico imaginando no pico da crise o Ministério da Saúde tendo que se dividir entre cuidar da pandemia e responder a uma CPI que sempre é longa", disse.

SINAIS PARTICULARES.Marcelo Ramos, deputado federal (PL-AM)

Ilustração: Kleber Sales  

Cenário. O senador Humberto Costa (PT-PE) pediu às Forças Armadas informações sobre os hospitais militares: qual a quantidade de leitos de UTI disponíveis para covid-19 e quantos deles estão destinados ao SUS. Para Costa, é inaceitável que, neste momento da pandemia, possam existir leitos ociosos no País.

Como está? No início de março, a Coluna questionou as Forças Armadas e o Ministério da Defesa sobre a utilização de leitos de UTI de seus hospitais por civis. A Defesa não deu informações diretas sobre a questão.

Situação... Informou apenas que 34 mil militares têm atuado diretamente no combate à covid-19 e, por isso, o índice de contaminação dos militares tem sido superior à média da população.Por isso, esses hospitais estariam sobrecarregados.

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...ruim. A pasta informou ainda que os hospitais militares têm por obrigação legal atender familiares de militares e que o número de leitos para pacientes infectados por coronavírus não é constante e varia de acordo com a demanda.

CLICK. O bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal e, consequentemente, de uma influente turma de políticos, foi vacinado contra a covid-19, em Miami, nos EUA.

Reprodução/Instagram  

Vergonha... Causou incômodo entre colegas da subprocuradora-geral Lindôra Araújo na PGR o ofício dela aos governadores pedindo esclarecimentos sobre os hospitais de campanha.

...alheia? A solicitação foi interpretada como inócua e uma forma de Lindôra mostrar, mais uma vez, seu alinhamento com o governo de Jair Bolsonaro.

Olha só. O empresário bolsonarista Luciano Hang organiza abaixo-assinado para pressionar o governo a autorizar empresas a comprar vacinas e aplicá-las em trabalhadores, em vez de doar as doses para o Plano Nacional de Imunização, como previsto em lei.

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Mais... Michel Temer aderiu ao grupo de quase 50 juristas e advogados que apoiam a ADI 5529 pela inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 40 da Lei de Proteção Industrial.

...um. Esse dispositivo permite que o prazo das patentes no Brasil alcance 30 anos ou mais, o que não acontece em nenhum outro país. O STF julga no próximo dia 7 de abril ação movida pela PGR que pede a supressão do parágrafo único.

PRONTO, FALEI!

Tabata Amaral. Foto: CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Tabata Amaral, deputada federal (PDT-SP): "Alguém tem dúvidas de que vivemos uma escalada autoritária e que a democracia está em risco?", sobre a prisão de manifestantes contra Jair Bolsonaro.

COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG, MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA. COLABOROU MATEUS VARGAS.

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