Coluna do Estadão
01 Fevereiro 2019 | 05h00
As agruras da candidatura de Tasso Jereissati (CE) à presidência do Senado são só o início das tormentas a serem enfrentadas pela nau do PSDB, que tentou hastear a bandeira da “nova política” como alternativa a Renan Calheiros (MDB-AL), mas foi abatida pelo pragmatismo da “velha”. Uma vez derrotado com Tasso, o PSDB fica fora da Mesa Diretora e perde força na escolha das comissões. A crise existencial dos tucanos sob Jair Bolsonaro é de tal magnitude que um deles resume: “Se continuarmos indo para a direita, seremos o PSL personnalité”.
Lugar ocupado. Assim como a candidatura Tasso não conquistou corações e mentes bolsonaristas no Senado, o PSDB não convencerá o eleitor de que “se descobriu novo e radicalmente de direita”, avalia um experiente senador tucano.
Vida real. Sem a candidatura de Tasso, o PSDB mantém chances de ficar com a 1.ª-vice-presidência e a Comissão de Assuntos Econômicos no ano em que a Previdência dominará a pauta.
Já vi esse filme. Senadores tucanos têm citado como exemplo a eleição da Mesa de 2015, quando Luiz Henrique tentou o cargo. Por 49 votos a 31, Renan desbancou Henrique e colocou Vicentinho (PR-TO) na Primeira-Secretaria.
Como funciona. Três senadores disseram para o governo que não vão votar em Renan, mas vão mesmo é votar em Renan se o voto secreto for mantido.
Novos tempos. Rodrigo Maia está contabilizando o apoio dos deputados por meio de um aplicativo de celular. Até o fim da tarde de ontem, contava 327 votos e 90 indecisos. A ver.
Virados. A decisão do PSB de integrar o bloco com PT, PSOL e Rede começou na noite de anteontem, adentrou a madrugada e só foi definida ontem à tarde.
Protagonismo. Nos 12 votos do PSB contrários à aliança, muitas reclamações em integrar um bloco com os petistas. Mas Gleisi Hoffmann, presidente do PT, colocou na mesa a liderança da minoria para o PSB.
Mais espaço. O blocão de esquerda na Câmara pode ter direito a presidir cinco comissões.
SINAIS PARTICULARES. Tasso Jereissati, senador (PSDB-CE)
Já era. O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, sabe que seu colega Marco Aurélio derrubará sua liminar paralisando as investigações contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), enrolado no caso de seu ex-assessor e ex-motorista Fabrício Queiroz.
Mas valeu. Fux tem dito que não considera a reversão de sua decisão uma derrota. Ao conceder a liminar sua intenção foi delegar a palavra final ao relator do caso. A quem pergunta se haverá surpresa em seu voto de mérito no plenário, o ministro Fux faz mistério.
CLICK. O deputado Bruno Caetano (PSDB) tomou posse e dispensou o carro oficial e 29 dos 32 cargos a que tem direito na Assembleia de SP, para onde vai de moto.
Sétimo Dia 1. Apesar de ter sido contrária à ida de Lula ao velório de seu irmão Vavá, a PF avaliou como exequível o deslocamento do petista para SP nos termos autorizados pelo STF: um encontro reservado com familiares em área militar.
Sétimo Dia 2. Se Lula pedir, a PF consegue viabilizar a ida dele à Missa de Sétimo Dia, nessas condições.
PRONTO, FALEI!
Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo da Presidência: “Expectativa de um Congresso renovado com novas práticas políticas e absoluta transparência para o povo brasileiro”, sobre o início da nova legislatura.
COM REPORTAGEM DE JULIANA BRAGA E MARIANNA HOLANDA. COLABORARAM ELIANE CANTANHÊDE E BRENO PIRES
Coluna do Estadão:
Twitter: @colunadoestadao
Facebook: facebook.com/colunadoestadao
Instagram: @colunadoestadao