Criado para estabelecer a coordenação e estimular a cooperação social, o Estado surgiu também para evitar que desejos e direitos individuais se sobreponham ao bem-estar e à segurança coletivos. Não importa sua natureza, atividades que impliquem riscos à sociedade são impedidas; a objetividade do Estado impessoal e laico desconhece valores abstratos particulares. No Brasil atual,
O Manifesto em Defesa da Democracia, assinado por seis presidenciáveis, é amplo o bastante para receber adesão de quase toda a sociedade. Seria desnecessário, não fossem o bolsonarismo e seu líder. Chama atenção, então, que entre os signatários não figure um nome do PT. Petistas estiveram nas jornadas apontadas pelo texto. No governo, à parte
Para compreender a rumorosa “reforma ministerial” promovida pelo presidente Jair Bolsonaro, é preciso juntar as partes, dar-lhes sentido, organizando-as em dois grupos. Um grupo é resultado de pressão e reação a erros em série cometidos pelo presidente e seu governo. Outro é tentativa de demonstrar força e emitir sinais capazes de, mais à frente, constranger
Somente os próximos dias tornarão o cenário, gradativamente, menos opaco. A decisão do presidente da República em remodelar profundamente o seu governo causou surpresas (muitas), espantos e suspeitas. O anúncio das mudanças foi frio, seco; menos que burocrático pareceu indiferente. O País se assusta, mas ninguém se digna dizer o que, afinal, se
O sistema eleitoral brasileiro implica um emaranhado de interesses, com afiado senso de oportunidade. Política é um jogo de barganhas; à sociedade cabe torcer e zelar para que as negociações coincidam com interesses coletivos. Nesse contexto, o eleitor compõe sua chapa conforme suas preferências, influenciado por pressões locais. Faz as combinações que bem entende. Os
O centro político, que não é Centrão, teve tempo, argumentos e oportunidades. E se deitou em berço esplêndido. Erro comum a políticos comuns, confiou na sorte, duvidando que a fortuna trouxesse Lula de volta ao cenário político. E, no desejo da permanência de um petista ressentido, irritadiço e radical, como saiu da prisão, foi
O Lula que emerge da decisão de Edson Fachin é outro daquele que saiu da prisão. Seu pronunciamento mostrou o “ser político”, no estilo de 2002. Conciliador mais amplo que os estreitos limites adotados por ele e o PT, nos últimos anos. Clara tentativa de inflexão ao Centro, presente em gestos e ambiguidades
A decisão do ministro Edson Fachin traz um fato dentro do fato: foi tomada pelo maior aliado que os ex-membros da Operação Lava Jato possuem Supremo Tribunal Federal; aparentemente, aquele que guarda mais concordância com o que foi feito nos processos que condenaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não foram os tradicionais
Quase sempre chocante e constrangedora, a incontinência verbal de Jair Bolsonaro é também um testemunho sociológico a respeito da realidade avassaladora do País. Por vias tortas, uma aula a propósito de uma parte do Brasil: não o que deveria ser, mas do que efetivamente é. A sinceridade de um “simples” ou a desfaçatez de
O coronavírus se espalhou pelo planeta, causou incomensurável número de mortes de indivíduos e destruição de famílias, além do prejuízo econômico. Afetou a percepção das pessoas em relação a governos. Todavia, no Brasil, seus efeitos sobre os planos de Jair Bolsonaro precisam ser relativizados. Problemas preexistiam. A crise econômica, por exemplo, após um ano de
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