Cada governo deseja imprimir a marca de sua gestão à cidade, trazendo novos processos e serviços com o intuito de atender melhor à população. Por isso, há quase sempre uma ruptura no ciclo de políticas públicas, que o próprio servidor público tem dificuldade em manter, já que fatores políticos fogem de sua alçada. Esse "colágeno" para dar sustentação e continuidade às políticas já implementadas no município cabe às Govtechs, empresas de tecnologia que atendem a demandas de diversos departamentos do governo, beneficiando os servidores e a população.
São elas, as grandes responsáveis pela articulação política e pelo desenvolvimento da tecnologia estatal. Quando se fala em inovação, descontinuar políticas da gestão passada e implantar uma nova tecnologia ou recurso não é o suficiente para gerar bons resultados e tornar uma gestão eficiente. É necessário ir além e olhar para a sociedade e para o servidor público, compreendendo o que esses dois importantes atores querem e precisam para propor uma solução durável.
As ferramentas precisam ser intuitivas e adaptáveis para esse público, além de facilitar a vida de todos e serem efetivas, produzindo cada vez mais resultados com uma quantidade menor de recursos. Portanto, acredito que o principal desafio de um novo mandato é compreender quais são as necessidades da população e qual é a melhor forma de supri-las. A sociedade evoluiu, assim como os governos. E hoje, mais do que nunca, as pessoas anseiam serem ouvidas e terem uma relação com o poder público, desejam proximidade e atenção de quem as representa.
Tal relacionamento deve ser o mais simples e claro possível, com ferramentas que facilitem a comunicação entre a população e a gestão pública, pois o cidadão do século XXI não se contenta mais com filas e pedaços de papel. Ele quer ter contato com pessoas reais. Os novos prefeitos e prefeitas que assumirão em 2021 precisam trazer o cidadão para junto de sua gestão, conscientizando-o sobre sua importância e seu papel como transformador de uma cidade.
Será uma ação difícil a curto prazo, mas que trará grandes frutos a médio e longo prazo, como políticas públicas eficazes construídas pela e para a população. Independentemente do tamanho da cidade, os novos prefeitos precisam assumir seus cargos com a mente aberta à novas ideias e tecnologias. Afinal de contas, práticas inovadoras não precisam ser custosas. Inovar é apenas fazer as coisas de uma forma diferente, que traga mais resultados do que o processo já existente.
Além de que, o senso comum de que tecnologia é algo caro já caiu por terra há algum tempo. Atualmente já existem ferramentas democráticas e acessíveis, como o Colab, que permitem que pequenas prefeituras desfrutem dos mesmos serviços que as grandes por um valor mais acessível e proporcional à sua população e ao seu orçamento. A globalização e o compartilhamento de tecnologias permitem hoje que municípios de diferentes portes prestem serviços de excelência aos seus cidadãos, beneficiando a todos que ousam utilizá-las.
Por fim, os prefeitos de 2021 precisam ter em mente a importância do cidadão nas decisões relevantes para a sociedade que ele compõe, além de levar em consideração que a atual geração de eleitores é mais participativa do que as anteriores e exige saber como o dinheiro do município está sendo gasto, assim como anseia por transparência nos processos e serviços públicos.
A cada dia que passa, surgem novos líderes querendo fazer mais e melhor por suas cidades, o que me faz ter esperanças de que em 2021 se iniciará uma nova era na gestão dos municípios brasileiros. Buscar a colaboração e enxergar a inovação através do cidadão é o que nós do Colab estamos fazendo, disponibilizando gratuitamente a série Inovação em Governos, que está no ar do dia 24 ao dia 31 de agosto, e antecede a quinta turma do nosso curso de Gestão Pública Colaborativa, que é quando nos aprofundamos em mais 30 aulas específicas sobre formas de fazer uma gestão baseada na colaboração.