Um gol de placa do Procon. Verdade?

Colunista do JT comenta os acordos que grandes empresas fizeram com o Procon-SP para implantar procedimentos para diminuir o número de queixas no órgão, mas questiona se de fato os resultados anunciados foram expressivos

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Por Marcelo Moreira
Atualização:

Josué Rios - Colunista do Jornal da Tarde

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O Procon-SP anunciou nesta semana o que chama de "compromisso inédito" e "grande vitória do consumidor" nas palavras do diretor executivo do órgão, Roberto Pfeiffer. Refere-se à adesão pelasseis empresas mais reclamadas no Ranking Procon de 2009, a um acordo para redução das reclamações em cerca de 50%.

Entre as maiores infratoras, que aderiram ao acordo (Termo de Ajustamento de Conduta - TAC) aparecem como as três mais reclamadas a Telefônica, Itaú-Unibanco e Eletropaulo. E completam a pequena lista de adesão expressa ao TAC  a TIM (5º colocada), Net e Medial, conforme a Assessoria de Imprensa da Fundação Procon.

Mas há o detalhe - sempre ele: das 31 empresas que foram convocadas,  entre as que mais dão trabalho ao órgão, somente seis delas (menos de 20%) assinaram o acordo proposto pelo Procon.

Enquanto 12 empresas apenas se comprometeram por escrito a lesarem menos o consumidor, mas se negaram a firmar o TAC nesse sentido. E 13 fornecedores tiveram a "cara lisa" de nem sequer assumiram o compromisso com a redução das metas, o que foi tido como "postura lamentável," pela direção do Procon.

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Resumo: somente as seis empresas que mencionei acima podem ser executadas e obrigadas, inclusive por ordem judicial, a cumprir o "compromisso inédito." As demais, na verdade, embora no rol das que mais geram demanda ao órgão, deram a este uma bela "banana", como se diz no popular.

Agora vem a piada. Qual? Para as empresas que não cumprirem a meta de redução das lesões ao bolso do consumidor, o combativo Procon anuncia a penalidade severa, em seu site, a saber: "As empresas deverão executar ações de educação para o consumo, como veiculação de programas educativos e impressão de cartilhas." É preciso dizer mais, leitor?

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