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Teste: faltou pureza em dois azeites

Por crespoangela
Atualização:

Texto de Maíra Teixeira

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A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste) testou 20 marcas de azeites extravirgem - o de melhor qualidade e que causa menos danos à saúde, segundo endocrinologistas. "Apenas duas marcas foram reprovadas por fraude: a Andaluzia e Cocinero. Nesses dois azeites foram detectadas substâncias que não correspondem às presentes no extravirgem.

Possivelmente, esses produtos são, na verdade, óleo de algodão ou de soja", diz Vivian Andrade, engenheira de alimentos coordenadora do teste. Além de Andaluzia e Cocinero, foram testadas embalagens de 500 ml das seguintes marcas: Borges, Great Value (marca própria Wal-Mart), Carrefour, Sendas, Salada Especial, Andorinha, Delícia, Musa, Minerva, La Violetera, Pão de Açúcar, Carbonell, Serrata Selecção, La Española, Gallo, Arisco, Vilaflor e La Pastina, Andaluzia e Cocinero.

A coordenadora jurídica da Pro Teste, Maria Inês Dolci, diz que a adulteração do produto é uma fraude econômica. "Colocam óleo de soja ou qualquer outro óleo inferior na embalagem e vendem como extravirgem. Vamos notificar os responsáveis e pedir esclarecimentos. Essas fraudes não podem ficar no mercado."

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Os testes foram feitos no mês de março e foram divididos em provas de degustação, cromatografia, análise de conservação, análise de acidez, rotulagem e embalagem. "Os azeites vendidos em vidro escuro ficam melhor conservados que os de vidro claro. A pior forma de envase é a lata, porque não há como fechar depois de aberto. Além disso, os componentes da lata podem contaminar o azeite, modificando seu sabor e propriedades", destaca Vivian.

As marcas reprovadas apresentaram irregularidades diferentes. "O Andaluzia contém semente de outro óleo que não é azeite. E o Cocinero é, na verdade, um azeite inferior, possivelmente refinado, não é 100% extravirgem como deveria ser", diz a engenheira.

Degustação

Vivian ressalta que o teste de degustação prova que o consumidor não consegue identificar um azeite adulterado e pode ser facilmente enganado. "Esse teste é feito por profissionais treinados, provadores profissionais que sabem reconhecer e por pessoas não treinadas. Os consumidores comuns não detectam diferenças no sabor."

A Pro Teste destaca que a maioria das marcas foi bem nos testes, mas dois produtos foram, empatados, os melhores. "Eles tiveram a mesma avaliação e o critério usado no desempate foi o preço", diz a engenheira. O Great Value (marca própria do Wal-Mart) foi o que teve melhor relação qualidade-preço e por isso levou o título de "A escolha certa". O segundo lugar ficou para o Borges - cujos preços variam de R$ 12,80 a R$ 22,69, enquanto o Great Value custa entre R$ 11,58 e R$ 13,28.

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Marcas reprovadas falam sobre a análise

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A Bunge Alimentos informa que azeite de oliva extra-virgem Cocinero é produzido pela empresa argentina Molinos Rio de la Plata S.A. e passou a ser distribuído no Brasil pela Bunge em maio de 2007. Desde então, ele vem sendo comercializado no mercado com uma rotulagem diferente da avaliada pela Pro Teste. "No novo rótulo já consta o número de telefone de nosso SAC, o 0800-7275544. Antes mesmo de iniciar a distribuição, realizamos diversos testes que comprovaram a qualidade do Cocinero. A sede da empresa na Argentina já foi acionada e fará um rastreamento da produção tão logo tenha acesso às informações sobre o lote e a data de validade do produto testado", diz a empresa.

O Andaluzia, azeite espanhol importado pela Euro Foods, informou que recolheu todo lote denunciado e fez testes que não constataram quaisquer anormalidades em sua qualidade. Mesmo assim, a marca solicitou à Anvisa e ao Ministério da Agricultura que refizessem o teste do produto, o que já está ocorrendo.

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