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Tecnologia pode inibir fraudes

Por crespoangela
Atualização:

Texto de Eleni Trindade

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A tecnologia GSM é considerada a mais segura contra clonagem de linhas celulares. Por isso, a Claro - operadora que oferece linhas tanto no sistema TDMA quanto no GSM - vem insistindo com seus clientes na troca de tecnologias. Mas muitos consumidores resistem à mudança porque são eles que têm de arcar com os custos de um novo aparelho celular.

A troca de telefones é necessária, explica a Claro. "A tecnologia GSM funciona em redes digitais criptografadas e os novos aparelhos são adaptados para esse sistema comportando o diferencial dessa tecnologia: o chip, processador potente que contém todas as informações do usuário", explica a operadora, por meio de sua Assessoria de Imprensa.

De acordo com Marta Cassis Aur, técnica da Fundação Procon de São Paulo, ninguém é obrigado a mudar de tecnologia se a TDMA continua a existir. "Se as empresas fazem uma oferta de bonificação para a troca do aparelho, isso não deixa de ser um incentivo para facilitar a migração para o sistema que diminui a possibilidade de clonagem, mas cabe ao consumidor decidir se aceita ou não essa opção", enfatiza ela. "Essa nova tecnologia pode até ser mais segura, mas é fundamental o consumidor verificar se ela abrange a região em que ele vive e usa o celular para fazer uma escolha acertada, pois em alguns casos o sinal não é o mesmo de antes", pondera.

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Marcos Diegues, diretor jurídico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), concorda com Marta e acrescenta: "Nada impede a empresa de oferecer vantagens ao cliente que aceita fazer a mudança de acordo com a necessidade da empresa, mas nada pode ser imposto. O consumidor deve ser consultado e aceitar as condições", afirma ele.

A preocupação com a segurança, destacada pela empresa quanto à importância da mudança para o novo sistema, não deve influenciar na escolha do cliente.

"Isso não deve ter a menor importância para a decisão do consumidor, pois a qualidade do serviço é de responsabilidade do fornecedor e clonagem é sinônimo de falta de qualidade", destaca Diegues.

Como em toda mudança, essa migração de tecnologia pode causar alguma alteração ou mesmo apresentar falhas. "Quando surgem problemas, é porque houve falha na prestação do serviço e o consumidor tem de reclamar e pleitear a solução do problema. A tecnologia é vulnerável e as empresas têm de criar mecanismos para evitar fraudes", orienta Márcia do Procon. "Todo e qualquer dano ou prejuízo causado ao consumidor é passível de indenização, que deverá ser pleiteada na Justiça", destaca Diegues.

Opção à clonagem

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Mais de 50% dos clientes da Claro que utilizavam a tecnologia TDMA já migraram para a GSM. "Os principais fabricantes de aparelho do mundo descontinuaram a produção para TDMA e a troca por aparelhos mais modernos nessa tecnologia começa a se tornar difícil", afirma a empresa. A operadora garante que o cliente fica protegido com a tecnologia GSM e não tem seu celular "invadido".

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Essa foi a opção dada pela Claro a Antonio Carlos Barbosa para resolver um problema de clonagem. O consumidor notou que sua linha tinha sido clonada após o sumiço de R$ 102 em créditos de seu celular pré-pago. Um extrato mostrou uma seqüência grande de ligações e ficou caracterizada a clonagem.

"Como meu celular está no sistema TDMA e não aceitei mudar o número para não perder meus contatos profissionais, a solução oferecida pela empresa foi um bônus de R$ 100 para a troca de meu aparelho por um novo com tecnologia GSM, mas ninguém falou nada sobre ressarcir os créditos perdidos por conta da fraude", reclama ele. Em resposta, a operadora afirma que contatou o consumidor e esclareceu que os devidos ajustes foram realizados.

Barbosa conta que já trocou o aparelho por um novo e que R$ 100 em créditos estão disponíveis para uso com validade até 31 de julho.

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Mudança nem sempre agrada aos consumidores

Shoiti Sano não aceitou a proposta de migração do sistema TDMA para o GSM para resolver um problema na linha. Em uma viagem ao Paraná, seu celular ficou sem sinal. "Entrei em contato com a empresa e disseram que seria preciso mudar para a tecnologia GSM por motivo de segurança. Não concordei. Se funcionava antes, por que não poderia permanecer assim?", questiona. "Além disso, o corte de sinal foi feito sem aviso."

A Claro explicou que "o serviço de roaming para os clientes TDMA de São Paulo foi suspenso nos Estados do Amapá, Amazonas, Bahia, Macapá, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Roraima, Santa Catarina e Sergipe para evitar novos casos de clonagem e preservar seus clientes. Na loja ele pode conferir uma tabela de aparelhos GSM e se o aparelho escolhido for similar ao seu TDMA, o custo será zero, mas caso o aparelho desejado seja mais sofisticado, o cliente paga a diferença de preço", explica a operadora. Sano não concorda com a proposta e diz que vai mudar de operadora.

Antônio Sérgio Guasco foi avisado que sua linha seria bloqueada por suspeita de clonagem e passou a somente receber ligações. Foi proposta a migração de tecnologia, mas ele não gostou de nenhuma das opções oferecidas em uma loja e desistiu da mudança. "Reclamei no Procon e escrevi ao jornal exigindo a religação da linha porque o problema não foi causado por mim", desabafa. A Claro respondeu que o consumidor tem uma relação de aparelhos para optar. O consumidor insistiu e conta que foi feito o desbloqueio da linha. "Meu problema foi resolvido depois de meses de canseira."

A respeito da clonagem, a Claro garante que tem um sistema antifraude e trabalha preventivamente para os clientes de tecnologia TDMA. Diz, ainda, que 99% dos casos de clonagem são avisados aos clientes antes mesmo deles perceberem o problema.

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