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Taxas de juros começam a baixar

FABRÍCIO DE CASTRO

Por Marcelo Moreira
Atualização:

As ações do governo federal para manter o nível de crédito geraram os primeiros frutos em dezembro. Uma pesquisa divulgada ontem pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) mostra que, no mês passado, a taxa média dos juros cobrados de pessoas físicas foi de 7,49% ao mês, o que representa uma queda de 0,12 ponto porcentual.

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Esse é o menor resultado desde setembro do ano passado, quando a crise econômica passou a impulsionar as taxas de juros cobradas do consumidor. O economista Miguel José Ribeiro de Oliveira, da Anefac, explica que a ação do governo federal foi fundamental para reduzir os juros.

"O governo liberou os bancos dos depósitos compulsórios, o que injetou bilhões no sistema", destaca Oliveira.

A falta de recursos no mercado, explica, levou os bancos em um primeiro momento a subir as taxas. Com a liberação de recursos dos compulsórios, a liquidez do mercado melhorou e os juros passaram a cair.

Além disso, a pressão do governo sobre os bancos para a redução do spread - a diferença entre os juros de captação no mercado e os efetivamente cobrados da pessoa física - contribuiu para que as taxas caíssem. "A perspectiva de que a Selic caia nos próximos meses também contribuiu para que, em dezembro, a pessoa física já pagasse juros menores."

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Na maior parte das modalidades de crédito, os juros recuaram, mas os efeitos da crise ainda são claros. "Um pessoa que financiou em agosto, em 24 vezes, uma geladeira de R$ 1,5 mil, está pagando parcelas de R$ 121,40. Antes da crise, os juros médios eram de 6,17%.

Quem fez a compra em dezembro, com juros de 6,30%, está pagando prestações de R$ 122,85." Para os próximos meses, Oliveira aposta em queda moderada. O consultor financeiro Reinaldo Domingos lembra que o fato de os juros terem caído não indica que eles são baixos. "A pessoa deve fazer dívidas apenas se for necessário."

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