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Sustentabilidade em debate

Por crespoangela
Atualização:

Texto de Eleni Trindade

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A sustentabilidade do Planeta consiste em usar os recursos naturais existentes de forma a permitir que eles continuem disponíveis para as gerações futuras. E o papel do consumidor nesse processo é muito importante.

Esse foi o tema discutido no 4º seminário da série Educação para o Consumo II, realizada pelo Jornal da Tarde no auditório do Grupo Estado no dia 20. O evento tem apoio do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e patrocínio da Serasa.

"Quando a humanidade não estiver mais aqui, o Planeta vai se renovar totalmente em 2 mil anos e, então, voltar à sua situação de sempre", declarou Hélio Mattar, presidente do Akatu, na abertura do seminário. "Por isso, eu não tenho nenhuma preocupação com o Planeta, nenhuma, mas sim com a vida no Planeta da maneira que nós a conhecemos."

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Uma das saídas para o Planeta, conforme Mattar, é o uso de novas tecnologias. "Um exemplo é o combustível de hidrogênio: um carro com motor a hidrogênio custaria em torno de US$ 10 mil a mais do que um carro convencional movido a gasolina ou a álcool, mas se os consumidores pressionassem as autoridades por uma facilitação na área de políticas públicas a situação poderia mudar", explicou. "Se a gasolina ou os carros que usam esse combustível fossem altamente taxados, os veículos que usam hidrogênio poderiam ficar proporcionalmente mais baratos ou de valor equivalente aos que usam gasolina e álcool, ficando viáveis para o cidadão do ponto de vista financeiro."

Essa atitude ativa do consumidor é necessária, segundo Mattar, porque o volume de recursos consumidos só faz crescer.

"A população no mundo levou mais ou menos 70 mil anos para chegar a 1 bilhão de pessoas em 1804, 123 anos para ter 2 bilhões, 33 anos para ter 3 bilhões, 14 para ter 4 bilhões e 13 para ter 5 bilhões, e a projeção é de 7,7 bilhões de habitantes em 2020, ou seja, 1 bilhão a cada 12 anos". Mas o consumo cresceu ainda mais que a natalidade. "Enquanto a população dobrou, o consumo, em termos de produtos e serviços domésticos, saiu de US$ 5 trilhões para US$ 20 trilhões, ou seja, quadruplicou", destacou ele.

É preciso entender o problema

Para ser um consumidor consciente, o cidadão precisa ter uma real noção de quanto contribui para a sustentabilidade.

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Um exemplo é o lixo produzido pelas pessoas. "Muitos consumidores pensam que não têm condições de contribuir com a diminuição da produção de detritos e dizem 'eu não faço diferença', mas se tiverem a real dimensão do problema vão entender que podem ajudar, sim, e muito", disse Hélio Mattar.

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O presidente do Akatu deu um exemplo: "Para uma pessoa comum, eu poderia dizer que o Brasil produz hoje um volume de 200 mil toneladas por dia, mas ela não sabe se isso é muito ou pouco, e eu precisaria explicar que essa quantidade de lixo daria para pavimentar as duas pistas de uma estrada de 500 km."

"O dinheiro público gasto com lixo deixa de ser investido em educação, meio ambiente e na cultura da população, ou seja, estamos jogando dinheiro no lixo literalmente", afirmou.

Para finalizar, Hélio Mattar mostrou como poucas pessoas produzem muito lixo ao longo da vida e por que a contribuição de cada indivíduo é significativa. "Se pegarmos o lixo que quatro famílias de cinco pessoas cada uma produzem pela vida toda, ou seja, 70 anos em média, poderíamos encher um prédio de dez andares com dois apartamentos de 50 a 60 metros quadrados por andar".

"Se transformamos o ato de consumo num ato de solidariedade positiva, contribuímos efetivamente para tornar o mundo um lugar melhor para se viver."

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