Sociedade exige a mudança

PUBLICIDADE

Por crespoangela
Atualização:

Para Ruy Lindenberg, vice-presidente de Criação da Leo Burnett, as empresas ainda estão despertando para uma publicidade mais consciente, engajada. "Há cinco anos era muito difícil convencer um anunciante a fazer um comercial que focasse mais os valores da empresa do que o seu produto em si."

PUBLICIDADE

Entretanto, afirma ele, o cenário vem mudando rapidamente. "O mundo muda, ainda bem. Os próprios anunciantes têm mudado. Com a consciência cada vez maior das empresas, da sociedade e dos meios de comunicação, esse processo se tornou mais eficiente, se tornou mais profissional, mais engajado com a sociedade, uma obrigação inclusive, não simplesmente uma benemerência ou uma generosidade de alguém que acha que deveria dividir um pouco esse tipo de preocupação."

Mas o principal propulsor dessa mudança, na opinião de Lindenberg, é o próprio consumidor. "A sociedade faz a pressão, os meios de comunicação, as próprias agências, ou seja, tudo isso acaba levando a uma coisa muito mais pertinente no negócio do anunciante e no trabalho da agência."

Foco maior

Na opinião de Ricardo Terenzi, do Itaú, uma publicidade consciente é aquela que vai além do objetivo de vender algo, que atinge um público maior que o alvo. Ele cita como exemplo a campanha que o banco vem desenvolvendo para alertar seus clientes sobre o perigo de golpes nas transações bancárias pela internet. "O banco entendeu que teria de fazer alguma coisa em relação à segurança das transações eletrônicas. Nós entendemos que essa campanha devia orientar os clientes bancários de uma maneira geral - visando não só aos clientes bancários, mas todos aqueles que realizam transações eletrônicas pela internet - para usarem de forma correta e segura todos os canais eletrônicos que se tem à disposição."

Publicidade

O diretor de Relações Institucionais do Itaú considera "ousada" a decisão do banco em realizar a campanha. "É um tema tabu. É difícil para o banco falar sobre fraude, mas eu acho que a gente conseguiu acertar o tom. Todo esse esforço não valeria de nada se o cliente entregar a senha ou o código de segurança para o fraudador. Então a ousadia está exatamente aí. Percebemos que era necessário, além do esforço que o banco estava fazendo em aumentar a segurança nas transações bancárias, também educar os nossos clientes. E não foram só os nossos clientes que foram atingidos pela campanha, mas todos os usuários de internet."

>

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.