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Sem energia e com prejuízo

Por crespoangela
Atualização:

Texto de Maíra Teixeira

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Ficar sem energia elétrica é uma situação que traz uma série de incômodos e com certeza altera a rotina de uma casa. Mas, algumas vezes, a suspensão do serviço traz outros prejuízos, como queimar aparelhos eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

o caso da auxiliar de enfermagem Regina Moreira, de 31 anos, é um exemplo. Ela teve o aparelho de telefone e o de som queimados. Tudo resultado de um atendimento malfeito pela Eletropaulo.

O terreno onde fica sua casa possui uma segunda residência, mas o quadro de luz é compartilhado apesar de possuir dois relógios, um para cada casa. "O meu vizinho chamou a Eletropaulo porque estava com um problema no medidor da casa dele. A equipe da empresa veio, fez o serviço de qualquer jeito, às pressas, e foi embora deixando a luz da minha casa doida. Em um cômodo a luz era superforte e no outro não acendia. Imediatamente liguei para a Eletropaulo para reclamar." Segundo a consumidora, o carro de emergência da empresa voltou à sua casa no mesmo dia.

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"Já era noite e o técnico colocou a lanterna na caixa de luz, olhou em menos de um minuto e disse que estava tudo bem. Eu disse que minha casa estava metade escura e metade clara e ele disse que eu tinha que chamar um eletricista porque ele não podia fazer nada."

Só às 22h, irritada com a situação, Regina achou um eletricista que constatou e consertou o erro da Eletropaulo. "Cortaram, por engano, o fio terra do meu relógio de luz."

Surpresa pior ela teve quando voltou para dentro de casa e foi verificar se estava tudo bem. "Testei tudo e descobri que um telefone e o som estavam queimados. Aquilo para mim foi o máximo da irritação e comecei a ligar insistentemente para a Eletropaulo. Fui mal atendida no SAC e passei a falar com a Ouvidoria, que funcionou melhor e em um mês os aparelhos foram consertados à custa da empresa."

O que fazer

Rosimeire Santiago, técnica do Procon-SP, explica que para ter o problema resolvido adequadamente e ainda ter o aparelho queimado consertada, o consumidor precisa seguir um passo-a-passo.

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"Primeiro, a pessoa não deve fazer consertos por conta própria, deve, sim, chamar a concessionária de luz responsável pela área. É preciso abrir uma ocorrência nos Serviços de Atendimento e chamar um técnico em até 90 dias a partir do problema." O passo seguinte é abrir um pedido de indenização (quando houver prejuízos). "Toda ligação, pedido e ocorrência feitos pelo consumidor deve ser anotado o número do protocolo. Tudo isso documenta as reclamações e problemas de consumo e podem servir de prova em caso de embate judicial."

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Rosimeire indica um caminho à para quem tem a indenização ou o pedido de conserto negado. "A concessionária só nega esse tipo de ressarcimento quando constata que não há relação entre a falha do fornecimento com o aparelho queimado. Para chegar a essa constatação, a empresa realiza uma série de testes na rede e análises individuais na casa. O consumidor ainda pode prestar queixa à Aneel, agência reguladora do setor de energia."

Como e quando a empresa paga o conserto

A AES Eletropaulo informa que em ocorrências onde há prejuízo aos eletrodomésticos e eletroeletrônicos há uma série de motivos a serem pesquisados para se descobrir a origem do defeito. O diretor de clientes da empresa, Luiz José Hernandes, destaca, entre as principais causas, a queda de raios e o crescimento de árvores perto de fios.

"Quando esse tipo de problema ocorre, o consumidor deve comunicar imediatamente a Eletropaulo. Assim podemos fazer logo todo o levantamento do problema e verificar se há relação entre uma queda de energia, por exemplo, e um aparelho queimado. É imprescindível que o consumidor não mexa em nada nem tente arrumar o problema. Por lei, nós temos até 60 dias para resolver a ocorrência, a partir do seu registro. Só não pagamos pelo conserto quando verificamos que não relação de causa e efeito. Ou seja, quando fica provado que o aparelho queimou por outro motivo que não foi um problema de fornecimento nosso. "

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Em relação ao caso de Regina, Hernandes, diz que a situação já foi resolvida e a cliente teve o dano reparado. A equipe que originou o problema e atendentes do SAC estão sendo reavaliados e passando por reforço no treinamento.

"Depois que constamos que o problema foi causado por alguma falha nossa colocamos à disposição do cliente nossa rede de assistência técnica credenciada, que entra em contato para agendar a retirada do equipamento para fazer o orçamento do reparo."

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