PUBLICIDADE

Renovação de aluguel está mais cara

Com a alta acumulada do IGP-M, índice usado para reajustar os contratos, preços estão em alta. Em muitos casos, proprietário de imóvel até prefere ter novo inquilino e fazer um novo acerto por valor maior a manter o atual locatário

Por Marcelo Moreira
Atualização:

Carolina Dall'Olio

PUBLICIDADE

Os inquilinos, que em 2009 viram os preços dos alugueis ficarem estáveis ou até mais baixos, agora serão forçados a colocar a mão no bolso. Quem tinha contrato que vencia em abril, maio ou junho, já pôde perceber que pagará mais caro pela moradia. Tudo por culpa da alta do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que regula o reajuste da maioria dos contratos de locação.

O índice acumulado nos 12 meses anteriores ao vencimento do contrato é usado para precificar as próximas 12 mensalidades. No ano passado, como houve deflação no IGP-M, muitos contratos foram reajustados para baixo. Agora é hora da subida.

Nos contratos de locação sempre há espaço para negociação do valor entre as partes - seja para cima ou para baixo. Porém este ano, os inquilinos que tentarem anular o aumento registrado pelo IGP-M para manter os preços provavelmente vão ouvir "não" como resposta.

"Os proprietários têm até preferido que os inquilinos atuais desistam dos imóveis para que eles possam cobrar mais, já que os alugueis ofertados pelo mercado hoje estão cerca de 10% mais caros que os contratos já firmados há mais tempo", explica Eduardo Zangari, diretor de locação da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios (AABIC). "A demanda por locação é maior que a oferta", acrescenta.

Publicidade

Para Zangari, a prova de que os donos de imóveis preferem fazer novos contratos (mais caros) a simplesmente embolsar o reajuste dos contratos antigos é a quantidade de ações de despejo ordinário - aquelas em que, mesmo que o inquilino esteja adimplente, o proprietário solicita a devolução da moradia junto à Justiça. Em maio de 2010, em relação ao mesmo período do ano passado, o número de ações cresceu 53%.

"Como houve uma valorização imobiliária muito forte nos últimos dois anos, é natural que o preço dos alugueis ofertados no mercado acompanhem esse movimento", afirma Zangari.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.