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Regularizando a situação das favelas

Por crespoangela
Atualização:

Texto de Aiana Freitas

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Em setembro do ano passado, ganhou força uma campanha feita pela AES Eletropaulo para regularizar a situação de ligações clandestinas de energia elétrica feitas em favelas da Capital e de outras cidades da sua área de concessão. O destaque tem sido o trabalho feito na Favela de Heliópolis, na Zona Sul de São Paulo.

A companhia começou a instalar disjuntores e caixas de medição nas ruas de Heliópolis. Muitos moradores passaram a receber, em outubro, sua primeira conta de energia. Para ficar mais próxima da comunidade e trabalhar também conceitos de educação para o consumo, a concessionária inaugurou uma unidade própria na Rua da Mina. A unidade possui ainda biblioteca comunitária e sala multimídia. Para usar os computadores, os moradores precisam apenas apresentar a conta paga. Cada família deve desembolsar, no máximo, R$ 32,45 mensais, por um consumo de 150 kWh por hora.

A iniciativa foi necessária porque, nos últimos anos, enquanto a taxa de crescimento da Capital como um todo ficou em 2% ao ano, em média, a das favelas foi de 4,5% a 6% ao ano. E mais favelas significam, conseqüentemente, mais ligações irregulares.

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"A estimativa é a de que existam cerca de 450 mil ligações clandestinas na nossa área de concessão. Toda a população paga por esse tipo de problema, porque o gasto da companhia acaba compondo o valor da tarifa cobrada de todos", alerta o diretor regional da AES Eletropaulo, Arnaldo Silva Neto. Ele lembra que, por lei, 0,5% da receita operacional líquida das concessionárias deve ser aplicado em projetos de eficiência energética. Mas, por um pedido da própria concessionária, a Aneel permitiu que o porcentual fosse aplicado em doações da caixa de entrada de energia para esses consumidores de baixa renda. O resultado foi que, em Heliópolis, foram feitas 10 mil regularizações em janeiro. O plano da empresa é realizar 85 mil regularizações até o fim deste ano.

Trabalho semelhante é feito pela Elektro, como informa o gerente de relações comerciais da empresa, Marcos Braun. "Além de promovermos a regularização dessas ligações, procuramos também levar melhores condições para essas populações. São pessoas que, muitas vezes, não têm crédito no comércio, por exemplo, porque não possuem comprovantes de endereço - um papel que pode ser exercido pela conta de luz."

Ao promover a regularização, as concessionárias costumam instalar gratuitamente postes, rede, caixa e relógio de medição. Para que esse tipo de ação seja possível, porém, Braun lembra que é preciso um trabalho conjunto com prefeituras e lideranças comunitárias. "Não adianta também apenas levar energia para a casa das pessoas. Elas precisam também ser esclarecidas sobre as formas de uso. Caso contrário, terão muitas surpresas quando receberem a primeira conta."

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