Queixas contra telefonia fixa sobem 68%

LUCIELE VELLUTO - JORNAL DA TARDE

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Por Marcelo Moreira
Atualização:

O número de reclamações de consumidores sobre telefonia fixa na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) cresceu 68,14% em um ano, segundo dados do órgão regulador. Em junho de 2008 eram 28.682 relatos de problemas. No mesmo mês deste ano a quantidade as queixas chegaram a 48.227 em todo o País.

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Nesse mesmo período, o crescimento no número de assinantes do serviço foi bem inferior, com 4,32% de expansão na comparação entre junho de 2009 e o mesmo mês do ano passado. "O número de reclamações é sempre muito desproporcional ao número de assinantes", comenta Evandro Zuliani, diretor de atendimento do Procon-SP.

De acordo com os dados do Procon-SP, os problemas de telefonia aparecem em primeiro lugar na lista dos setores com mais queixas há dez anos. "E está muito longe do segundo colocado. Nós não conseguimos absorver toda a demanda que essas empresas geram. Na comparação entre junho de 2008 e junho deste ano, as reclamações cresceram 30%", conta o diretor do órgão de defesa do consumidor.

Para Zuliani, o número crescente de reclamações na agência reguladora e a liderança no ranking de queixas dos órgãos de defesa do consumidor mostra que o modelo adotado de telefonia não funciona no País ou falta regulamentação.

"A Anatel tem mostrado mudança de postura, mas ainda de forma contraditória. Fizeram a sanção contra a Telefônica suspensão da venda do serviço de banda larga Speedy), mas se dizem constrangidos quanto à indenização cobrada pelos órgãos de defesa do consumidor na Justiça para a Claro e para a Oi/BrT por não atenderem a lei do SAC (que regulamenta o atendimento ao cliente)", diz.

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O Procon-SP abriu em seu site (www.procon.sp.gov.br) um canal de reclamação dedicado exclusivamente a problemas com serviços de telefonia. Lançada em julho, a página já recebeu dez vezes mais queixas do que os postos de atendimento do órgão. "O brasileiro reclama. É só ter acesso ao canal para isso", diz Zuliani.

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