Planos de saúde vão bancar novas coberturas

CAROLINA DALL'OLIO - JORNAL DA TARDE

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Por Marcelo Moreira
Atualização:

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) planeja ampliar em 42 itens a lista de procedimentos médico-hospitalares cuja cobertura deve ser integralmente custeada pelas operadoras, ou seja, sem pesar no bolso do consumidor. Os beneficiários terão direito, por exemplo, a consultar um nutricionista ou um fonoaudiólogo sem repasse aos preços pagos pelo usuário.

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A proposta, que ainda está em consulta pública, entra em vigor em 2 de abril de 2010 - dois anos depois de a agência ter acrescentado 150 itens ao rol de procedimentos de cobertura obrigatória.

Em 2008, a medida da agência foi criticada pelas operadoras. As empresas argumentaram que os novos procedimentos eram muito numerosos e implicariam em um abrupto aumento de despesas.

No reajuste autorizado pela ANS em 2009, as operadoras transferiram o ônus aos consumidores: os preços dos planos subiram 6,76%, sendo que 1,1 ponto porcentual correspondia aos custos ocasionados pelos 150 novos procedimentos.

Por conta disso, a agência alterou seu modo de trabalhar."Passamos a revisar o rol de procedimentos obrigatórios com mais frequência, para evitar que a cada mudança seja incluída uma quantidade muito grande de itens", afirmou Martha Oliveira, gerente geral da ANS, em evento realizado ontem pela operadora SulAmérica na capital.

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Desta vez, os 42 itens a serem incluídos no rol de procedimentos obrigatórios devem causar um impacto financeiro menor às operadoras, estima a ANS."Além de serem menos numerosos, não são procedimentos de uso frequente, ao contrário do que acontecia com itens da lista anterior", justifica Martha.

Mas a gerente reforça que a escolha dos novos serviços não foi pautada pelo custo. "Seguimos parâmetros científicos, sempre com o objetivo de melhorar o tratamento ofertado aos beneficiários."

Mas ela reconhece que o caixa das operadoras - em especial as de pequeno e médio porte - pode sofrer com a medida. "Mas a ANS deve se preocupar em primar pela qualidade do serviço oferecido e trabalhar para que fiquem no setor as operadoras que puderem atender bem seus pacientes", declara a gerente.

Para Marcos Bosi Ferraz, diretor do Centro Paulista de Economia da Saúde (CPES-Unifesp), as operadoras têm de aprender a gerenciar seus recursos à luz da incorporação de novas técnicas e tecnologias. "É preciso que haja qualificação dos médicos para que eles saibam tomar as decisões corretas, tratando o paciente de maneira adequada mas sem desperdiçar recursos", diz.

Nesse sentido, a ANS pretende orientar os médicos a seguirem diretrizes de diagnóstico e tratamento estabelecidas pela agência em parceria com a Associação Médica Brasileira.

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