Carolina Dall'Olio
O reajuste de preços dos planos de saúde já contratados deveria ter sido anunciado em maio pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Mas não foi. A agência reguladora do setor não tem previsão de quando será possível anunciar o aumento, uma vez que ele ainda está em análise em outras esferas do governo.
Mas o problema é que, quando o aumento for anunciado, as operadoras terão o direito de fazer uma cobrança retroativa. Ou seja, caso o reajuste seja anunciado durante junho, o boleto da mensalidade do plano virá acrescido do reajuste referente a dois meses (maio e junho). Tudo de uma vez.
"Nós estamos conversando com a ANS para tentar parcelar o valor referente ao aumento do mês de maio, para que ele não se acumule nas mensalidades a serem pagas. Mas não sabemos se será viável", comenta Arlindo Almeida, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge).
Em 2009, o reajuste autorizado pela ANS foi de 6,76%. Este ano, ainda não se sabe qual será o índice. Mas quem achar o reajuste muito salgado e quiser se valer da regra da portabilidade para migrar de plano e pagar menos, provavelmente vai se frustrar.
Tudo porque com o aumento da lista de procedimentos de cobertura obrigatória e o reajuste autorizado pela ANS sendo inferior à inflação médica, as operadoras compensam suas perdas tornando mais caros os planos novos.