Planos de saúde novos sobem quase 50%

 PAULO DARCIE - JORNAL DA TARDE

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Por Marcelo Moreira
Atualização:

Entre maio de 2009 e abril deste ano, os novos planos de saúde comercializados pelas operadoras tiveram reajustes em seu preço de venda em torno de 50%.

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Dentre os planos de saúde individuais com cobertura básica analisados, alguns não sofreram quaisquer alterações de preço de comercialização, enquanto outros, caso do Dix Classic Enfermaria, para a faixa de 19 a 23 anos, tiveram alta de 49,7%. Na Amil, os planos individuais de entrada são oferecidos hoje com valores 39,5% maiores do que há 12 meses em todas as faixas etárias.

Os planos de entrada da Unimed Paulistana custam hoje 5,5% a mais do que no início de 2009, alta bem próxima à do IPCA no período, que ficou em 5,16%. O plano da Samcil não teve aumento em nenhuma faixa etária.

O consultor em saúde suplementar Pedro Fazio afirma que os motivos para grandes reajustes podem ter várias naturezas: desde a necessidade de adaptação à realidade da carteira até mesmo o aumento das margens de lucro. "Ao formular o plano e colocá-lo no mercado, a operadora elabora expectativas com base na sua carteira atual. Se, por algum motivo, a distribuição da procura para cada faixa etária é muito diferente do esperado, a operadora se vê obrigada a fazer ajustes", diz.

A própria Dix, que teve a maior variação, corrigiu o preço de comercialização do Classic Enfermaria para a faixa de 54 a 58 anos em apenas 1,93%.

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Os preços dos planos de entrada, para o primeiro contrato, não são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e também sofrem grande influência dos preços de materiais médicos e dos próprios medicamentos. "Quando eles têm reajustes ou deixam de ter preços promocionais, isso é repassado".

Mesmo assim, diz ele, é impossível garantir que todos os reajustes sejam tecnicamente necessários, sem aumento das margens de lucro. "Não é o mais comum, já que a concorrência provoca o contrário: preços muito baixos e problemas de atendimento e gestão em decorrência disso, mas pode acontecer", afirma.

A Amil, que apresentou diferença de quase 40% em seus planos de entrada, afirmou, via assessoria de imprensa, que o plano Amil Next 100QC deixou de ser comercializado e, comparando o preço do plano Amil Blue I (novo plano de entrada) em maio de 2009 e abril de 2010, a diferença é de 21%.

O porcentual, ainda acima da inflação, segundo a operadora, é fruto da adequação de valores das diferentes faixas etárias, da crise econômica, que elevou a utilização e a rotatividade das carteiras e ao aumento do uso durante a epidemia do Vírus H1N1.

A Medial Saúde, por meio de sua assessoria, diz que os valores de venda são definidos por critérios atuariais e readequados periodicamente, e que recentemente foram incluídos ao plano Essencial 220E o acesso aos hospitais da Luz, Santo André e Total Cor. Greenline e Amico não responderam à reportagem.

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