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Planeje o orçamento e viva com mais tranqüilidade

Por crespoangela
Atualização:

Texto de Andréia Fernandes

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Controlar as despesas domésticas não é tarefa fácil. É preciso organização, colaboração da família e muita determinação. Mas os especialistas são unânimes: o consumidor que sabe usar seu dinheiro corretamente vive em paz. "Quem não se planeja acaba gastando com juros e, conseqüentemente, 'poupa' em qualidade de vida", afirma o economista Gustavo Cerbasi.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), o brasileiro que ganha até 10 salários mínimos compromete cerca de 30% de seu rendimento com o pagamento de juros - principalmente do cheque especial, que tem as taxas mais altas do mercado. O resultado disso é dramático, enfatiza Louis Frankenberg, vice-presidente da entidade. "98% da população chega aos 60 anos sem poder se sustentar sozinha. Se a pessoa quiser fazer parte do 2% restante, deve repensar prioridades."

Uma vez consciente da importância de se ter o orçamento sob controle, o consumidor deve observar seus gastos. Cerbasi propõe um exercício simples. "Leve um pedaço de papel na carteira e anote ali tudo o que for gastando, inclusive o cafezinho no meio da tarde." Fazendo isso durante um mês, o consumidor vai se surpreender com o resultado, garante o economista. "Gastos pequenos e excessivos fazem com que a soma das despesas seja superior ao rendimento mensal."

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Se não é difícil detectar um descontrole orçamentário, na hora de reparar o problema - ou seja, cortar os gastos - costuma-se fazer muita confusão, diz Cerbasi. "Um erro comum é privilegiar o pagamento da parcela do automóvel caro, que poderia ser trocado por um modelo popular, e cortar o almoço de domingo no restaurante favorito. Eliminar por completo as despesas com lazer desestimula o controle."

Então, qual a solução? Em primeiro lugar, não se deve ser radical. "Os gastos vistos como 'supérfluos' devem ser identificados e administrados, não simplesmente cortados. Muitas vezes, é possível até mantê-los: basta resolver comprar um carro menor, morar numa casa menor, pagando um aluguel menor", orienta Cerbasi.

"A palavra-chave é priorizar", enfatiza Maria Teresa Mormillo, diretora adjunta do Procon-SP. "A pessoa não precisa se trancar em casa para não gastar dinheiro. Ninguém vai ficar triste se tiver, por exemplo, de deixar de ir ao cinema aos sábados para ir às quartas e pagar meia-entrada", completa.

Economizando e poupando

Identificados e amenizados os gastos pequenos, é hora de economizar efetivamente. Atitudes simples, como comprar frutas da época, aproveitar liquidações e antecipar o pagamento de uma dívida muito longa podem render uma boa economia no fim do mês. Fazer substituições também é uma boa saída para reduzir os gastos. "É importante não ir tanto pela marca do produto e mais por sua qualidade", diz Maria Teresa.

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É no supermercado que o consumidor acaba gastando mais do que deveria, lembra Cerbasi. "Por força de uma cultura marcada pelos tempos de inflação, o brasileiro tem mania de fazer as compras do mês." Segundo o economista, fazer estoque só compromete o orçamento e pode até levar ao endividamento: a pessoa acaba gastando por antecipação e, inevitavelmente, cai no cheque especial, quando poderia esperar para comprar parte do que adquiriu na próxima quinzena, quando recebesse o salário. "Ir ao supermercado uma vez por semana não é nenhum martírio. Basta levar somente o necessário."

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Cheques e cartões de crédito devem ter um único destino: a gaveta. "E só devem ser tirados dali quando tiverem uma finalidade predefinida. Levá-los na carteira é um convite ao gasto desnecessário", alerta Maria Teresa.

O objetivo de tanta economia é um só: poupar. "O consumidor deve se acostumar a gastar um pouco menos do que ganha", orienta Louis Frankenberg, da Anefac. "Pelo menos 10% do salário líquido deve ser destinado a uma poupança, investimento ou previdência privada." Só assim, garante Frankenberg, é possível fazer parte do privilegiado grupo de 2% da população que consegue chegar à velhice com dignidade - e dinheiro no bolso.

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