Carolina Marcelino
Os bancos têm presença destacada entre as empresas com reclamações no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP. Entre as dez companhias com mais processos no TJ-SP, seis são desse setor. São eles o Bradesco, Itaú, Unibanco, Nossa Caixa, ABN Amro e HSBC.
Estão ainda entre as dez primeiras da lista, divulgada esta semana, Telefônica, Eletropaulo, Caixa Beneficente da Polícia Militar, Vasp. Esse levantamento foi feito em aproximadamente um mês a pedido do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
De acordo com o juiz assessor da Presidência do TJ-SP, Alberto Anderson Filho, essa iniciativa deve ajudar o consumidor na hora de escolher com qual empresa ele pretende fechar contratos.
"O único problema é que ainda há serviços que são feitos apenas por uma ou duas empresas. O cliente acaba ficando sem opção e se vê obrigado a lidar sempre com as mesmas companhias", disse.
O engenheiro eletroeletrônico, Valdir Roberto dos Santos, de 60 anos, teve um problema com a líder de reclamações em São Paulo, a Telefônica, que se arrastou durante dois anos. A operadora cobrava o serviço de internet, que ele já havia cancelado. "Não me surpreendo em vê-la no topo do ranking", afirmou.
Para a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci, esse levantamento deveria ser feito para melhorar o sistema judicial. "Isso só ressalta a morosidade da Justiça", ressaltou. Das dez empresas citadas, apenas seis responderam à reportagem do Jornal da Tarde. A Telefônica afirma que "não conhece os detalhes do levantamento citado e, portanto, prefere não comentá-lo".
O Grupo Santander respondeu em nome do ABN Amro e informou que "investe em atendimento, produtos e serviços com o objetivo de aperfeiçoá-los".
O Banco do Brasil, em nome da Nossa Caixa, e o HSBC disseram que estão adotando medidas para reduzir o número de reclamações no Tribunal de Justiça de São Paulo.
A Eletropaulo destacou que tem canais para solucionar os problemas e que "em 2010, a empresa celebrou 3.221 acordos judiciais e administrativos, evitando que 1.675 clientes fossem ao judiciário". O Bradesco respondeu que trata de "forma responsável" todos os processos. Caixa Beneficente da Polícia Militar, Vasp e Itaú Unibanco não se pronunciaram a reportagem.
