PUBLICIDADE

Operadoras de celulares bloqueiam linhas sem aviso prévio

Por Marcelo Moreira
Atualização:

ELENI TRINDADE - JORNAL DA TARDE

PUBLICIDADE

Empresas de telefonia celular estão bloqueando linhas de usuários sem aviso prévio. A denúncia, feita por vários consumidores, levou o Ministério Público Federal de São Paulo (MPF) a entrar com uma ação civil pública na última sexta-feira contra as operadoras Claro, TIM e Vivo.

Segundo o MPF, os clientes dessas empresas com planos de minutos em linhas pós-pagas foram surpreendidos com o bloqueio de suas linhas quando ultrapassavam as cotas de minutos previstas no plano sem serem avisados, seja por mensagem de texto ou por mensagem pré-gravada.

"No plano pós-pago não existe limite de crédito e a operadora não pode simplesmente dar um tiro no escuro, pois não sabe se o consumidor vai pagar ou não. Só existe inadimplência se o consumidor deixar de pagar a fatura", afirma o procurador da República Márcio Schusterschitz da Silva Araújo, autor da ação.

"Isso é invasão da privacidade - pois o consumidor gasta quanto quiser - e ainda pode prejudicá-lo em situações de emergência em que precisa usar o telefone. Essa medida começou como proteção contra fraudes, mas acaba sendo usada pelo medo que a empresa tem da inadimplência."

Publicidade

O objetivo da ação é que as empresas passem a avisar o consumidor com antecedência sobre os bloqueios.

Segundo o procurador, se a operadora desconfiar de fraude, deve contatar o cliente e checar se o consumo acima da média é uma exceção naquele mês ou se é mesmo uma fraude. Daí, se o consumidor permitir, ela pode bloquear a linha por segurança.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também foi citada na ação para expressar claramente que o artigo 77 da Resolução 477 não autoriza as operadoras a fixarem um limite de crédito para o plano pós-pago. A agência informou que "se pronunciará tão logo for intimada". A Vivo alega que só comentará o caso quando for notificada oficialmente.

Em nota, a Claro afirma "que não recebeu a citação sobre o referido processo". A TIM informou em nota que "não foi citada para os termos da ação judicial mencionada e, portanto, não irá fazer comentários sobre ela".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.