O que levar em conta antes de ir às compras

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Por crespoangela
Atualização:

Texto de Andréia Fernandes

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O cidadão trabalha muito para conquistar o suado - e muitas vezes minguado - salário no final do mês. Por isso, adquirir um bem, comprar aquele produto tão desejado pode parecer uma forma de compensar tanto esforço. "Afinal, eu mereço", o consumidor pode pensar.

"Todo mundo tem o direito de comprar, é claro. Mas, antes de decidir adquirir alguma coisa, o pensamento do cidadão deveria ser justamente o contrário: naquele dinheiro que 'pinga' todo mês há toda uma energia vital que o cidadão aplicou no trabalho. Esse dinheiro deve ser valorizado, preservado e não gasto em qualquer besteira, por mero capricho ou impulso", afirma Aron Belinky, diretor de Projetos do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

"Antes de sair às compras, o consumidor consciente deve fazer a si mesmo seis perguntas básicas: 'Por que comprar?', 'O que comprar?', 'De quem comprar?', 'Como comprar?', 'Como utilizar?' e 'Como descartar?', ensina o especialista.

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O ato de comprar, portanto, começa em casa, quando o consumidor está assistindo à televisão e se depara com a propaganda que, nas entrelinhas, quer convencê-lo de que não é possível viver sem aquele produto. "Antes de obedecer a uma 'ordem', a pessoa deve analisar a sua real necessidade", explica Belinky.

Segundo ele, todo o processo de consumo deve ser analisado, inclusive o fim que será dado ao produto. "Tudo gera resíduo. A pessoa tem de pensar como será o descarte do produto, se ele pode ser reciclado, se irá direto para um lixão."

Nas próximas páginas, você encontrará outras dicas importantíssimas para pensar antes de sair às compras.

Orçamento doméstico: primordial

O segredo para evitar que uma compra se transforme em um pesadelo tem duas palavras: orçamento doméstico. "O consumidor precisa ter suas contas sob controle. É vital. Quem não faz isso acaba gastando o que não pode", explica Diógenes Donizete, assistente de Direção do Procon-SP.

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Ficar de olho no orçamento torna-se mais importante quando o consumidor está prestes a comprar um bem de maior valor. "Quem financia um carro zero, por exemplo, costuma levar em consideração apenas o valor das parcelas mensais, e esquece que este veículo significa outros gastos, como um seguro mais caro, um IPVA maior. Quem não coloca isso na conta certamente vai acabar inadimplente", analisa Louis Frankenberg, vice-presidente de Finanças Pessoais da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

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Mas não são apenas as grandes aquisições que devem entrar na planilha de gastos. "Pequenas compras diárias, como o cafezinho no meio da tarde, fazem uma tremenda diferença. Se o consumidor andar com uma folha de papel no bolso e anotar cada um desses pequenos gastos, vai levar um susto no final do mês", garante Donizete. "A pessoa às vezes deixa de fazer uma viagem, por exemplo, porque gasta demais com coisas pequenas, desnecessárias. É preciso redefinir prioridades", concorda Frankenberg.

De olho na sustentabilidade

Aquecimento global, efeito estufa, desmatamento. O consumidor muitas vezes não vê relação direta de assuntos de preocupação mundial com o próprio ato de consumir. Está cometendo um erro, afirma Aron Belinky, do Akatu. "Antes de comprar, o consumidor deve entender que, se for apenas um desejo passageiro, ele não pode ser satisfeito a todo momento, pois o Planeta não tem condições de atender aos desejos de todas as pessoas. Não estamos falando apenas do produto final: em todas as etapas do processo de fabricação há consumo de energia elétrica, água, combustível. Comprar significa gastar todos esses elementos."

Portanto, diz ele, é preciso refletir sobre como o produto será utilizado e de que forma ele será descartado. "Tem gente que compra um celular novo enquanto o seu antigo funciona perfeitamente. O que ele vai fazer com o aparelho usado? Se simplesmente jogar no lixo, deve saber que isso vai causar um prejuízo ao meio ambiente."

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