Texto de Eleni Trindade
O consumidor deve assumir seu papel de protagonista na hora da compra e tentar negociar as condições de preço, forma de pagamento e de entrega. "É muito importante se informar sobre o que está adquirindo para poder argumentar e exigir seus direitos", argumenta Miguel Bechara Jr., advogado cível. "Como a concorrência no mercado é grande, o cidadão deve sempre aproveitar para conversar e tentar um bom negócio", diz.
Maria Inês Dolci, coordenadora Jurídica da Pro Teste concorda com Bechara e vai além. Para ela, o consumidor precisa ter em mãos um comparativo de preços e condições de pagamento de várias lojas para conseguir barganhar algum desconto.
"Com base na média praticada pelo mercado, o trabalho é facilitado", explica.
Produtos caros com vida útil longa podem ser um ponto de partida para a negociação de descontos ou brindes.
"Um exemplo é o computador. O consumidor pode negociar como brinde algum componente que acompanhe o produto como os softwares", explica Maria Inês. A entrega é outro item importante. "O consumidor pode negociar a entrega do produto gratuitamente se o local para recebê-lo for dentro do limite da cidade, pois o frete pode ser cobrado fora do município e é importante não esquecer de pedir que conste por escrito no pedido ou na nota o prazo de entrega do bem", orienta ela.
Se o consumidor escolher pagar com boleto bancário à vista ou em número reduzido de parcelas pode, por exemplo, exigir a isenção de taxa pela emissão do boleto.
Peça desconto se for fazer a quitação à vista
À vista ou a prazo? Qual a melhor forma de pagamento? Em geral, quem tem dinheiro suficiente para adquirir um bem sem necessidade de pagar de forma parcelada consegue obter um bom desconto.
Mas não é tão simples assim. Algumas lojas insistem em dizer que o valor parcelado é a mesma coisa que o pagamento no ato. Será que isso é correto? "Nas compras à vista, o poder para negociar é maior e o consumidor deve ficar de olho quando o lojista alega que o preço parcelado é o mesmo, pois todo financiamento tem taxa de abertura de crédito e outros custos que não são informados na hora", explica Maria Inês Dolci, coordenadora jurídica da Pro Teste.
"O consumidor deve tentar obter pelo menos 10% de desconto, pois geralmente os gerentes têm uma margem para negociar e mesmo que aleguem que o valor parcelado é o mesmo que à vista, o consumidor não deve acreditar e sempre negociar", alerta ela.
"Pechinchar é uma prática absolutamente saudável e muitos consumidores acabam ficando constrangidos em fazer isso, mas não deveriam", salienta Luís Fernando Moncau, advogado do Idec.
"Estamos acostumados a ver o fornecedor definindo as regras, mas nada nos impede de negociar, conversar e argumentar", conclui ele.
Com pressa, fome ou cansado? É melhor não ir às compras
Alguns detalhes fazem diferença na hora da compra e podem ser decisivos para evitar gastos por impulso.
Pressa, nervosismo, tristeza e cansaço influenciam muito. "Não se deve fazer compras em supermercado com fome, pois a pessoa acaba comprando mais do que precisa", destaca Luisa Borges, jornalista e escritora, autora do livro "Salve seu Bolso". "Apressados ou cansados, tendemos a não prestar atenção em prazos de validade, na qualidade dos produtos e até no preço", ressalta ela.
No dia do pagamento também é bom evitar fazer compras. Por quê? "Essa data nos dá a falsa impressão de ter mais dinheiro do que na realidade. É melhor pagar as contas em primeiro lugar e deixar as compras para outro dia", sugere Luisa.
Ao comprar sapatos, é recomendável ir no final do dia para não correr o risco de comprar calçados que ficarão apertados. "Nesse horário, os pés estão mais inchados, o que nos fará prestar mais atenção ao conforto que os sapatos proporcionam."
As mulheres devem ficar atentas ao período menstrual quando há alterações no organismo. "Isso geralmente influencia no tamanho de roupas, como calças e saias, e a TPM pode provocar mudanças de humor e comportamento, levando a pessoa a comprar errado".
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