Padrão de tamanho avança no vestuário

ELENI TRINDADE - JORNAL DA TARDE

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Por Marcelo Moreira
Atualização:

Antiga reivindicação de consumidores e das empresas de vestuário, está avançando neste ano a padronização dos tamanhos de roupas e sapatos.

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Muitas vezes é necessário percorrer várias lojas para encontrar a peça no tamanho certo, pois o tamanho P de uma marca pode ser maior que o de outra ou a calça 34 é menor na grife famosa.

"Aos poucos estamos colocando no mercado peças com tamanhos padronizados. As meias já estão nesse processo e em julho devem começar a entrar no mercado o vestuário infantil; em setembro, o masculino e antes de dezembro, o feminino", diz Roberto Chadad, presidente da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest).

Segundo Chadad, o processo demora alguns anos, mas no máximo em três anos a maioria das peças deve estar dentro da norma. "Infelizmente ainda vamos conviver um tempo com a pirataria, a baixa qualidade de produtos irregulares que chegam ao País, pois a medida ainda não é obrigatória. As empresas que confeccionarem roupas dentro do padrão de tamanho trarão o selo da Abravest."

A estilista Ana Elisa Pagani da Silva Coelho, de 27 anos, por exemplo, tem dificuldade para encontrar calças jeans de seu número.

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"É difícil encontrar uma calça que fique bem no corpo. A maioria fica larga demais e, mesmo as marcas que eu já usei, costumam ter variação de tamanho", explica ela, que veste 34. "Quando encontro uma calça que me sirva, muitas vezes a barra fica comprida demais e tenho de mandar ajustar. Já no caso de camisas, é impossível encontrar no meu padrão, então, opto por peças de malha e regatas meio largas."

Chadad diz que é "importante que o consumidor sempre compre peças dentro do padrão para incentivar os fabricantes. A principal vantagem é que durante compras pela internet, por exemplo, o consumidor vai ter segurança de que está encomendando uma peça dentro do padrão e não levar um modelo M menor ou maior que o padrão".

A intenção de padronizar os tamanhos das roupas é benéfica para os consumidores, na opinião de Marcos Pó, assessor técnico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

"Vai ajudar que vai comprar presente para alguém e quem compra pela internet, pois facilita a vida do consumidor na hora de escolher, e as pessoas não vão precisar ficar provando as roupas nas lojas. É preciso lembrar que as lojas só são obrigadas a trocar as roupas se elas tiverem defeito e não apenas quando o consumidor não gostou ou quando ela não serve, embora muitas adotem a prática por liberalidade".

Segundo Maria Adelina Pereira, gestora do Comitê de Vestuário da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ainda não há uma previsão para a entrada em vigor do padrão.

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"A norma é voluntária e existe dificuldade para conferir as medidas do corpo na roupa e a fiscalização verifica a indicação de tamanho, mas não tem como conferir se um determinado tamanho veste diferentes corpos", afirma Maria Adelina.

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